"Imagem de nós": relações de estabelecidos e outsiders entre população urbana e assentados de reforma agrária do sul do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Moura, Roseni Aparecida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
BR
Instituições sociais e desenvolvimento; Cultura, processos sociais e conhecimento
Mestrado em Extensão Rural
UFV
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://locus.ufv.br/handle/123456789/4122
Resumo: A partir dos anos noventa do século XX, a política de criação de assentamentos rurais no Brasil ganha maior impulso pela pressão dos movimentos ligados à luta pela terra, que se refletiu em maiores esforços governamentais para implementar a reforma agrária por meio desses empreendimentos. Com um aumento significativo dos assentamentos rurais em todos os estados brasileiros, ampliam-se também as discussões acadêmicas acerca desta temática. Assim, essa dissertação tem como objetivo analisar a interação entre população urbana e assentados de reforma agrária no sul do Estado do Espírito Santo, evidenciando aspectos da reforma agrária no Estado e traçando o perfil socioeconômico dos projetos de assentamentos dessa região. Tomando como foco empírico a realidade de 12 projetos de assentamentos em sete municípios no sul do Estado do Espírito Santo, o trabalho utilizou as ideias e concepções de Norbert Elias sobre os estabelecidos e outsiders, como ponto central para a discussão. Os principais resultados da pesquisa identificaram que existe um conflito na relação entre a população urbana e os assentados de reforma agrária, principalmente na atribuição de fatores anômicos ao público da reforma agrária. O discurso com viés positivo somente é elaborado por esta, quando realoca os beneficiários do programa da condição de sem-terra para a de produtores rurais. Os beneficiários dos projetos, por sua vez, empregam esforços para sair da condição de outsiders, retratando aspectos positivos da condição de assentados, também se colocando como produtores rurais ao invés de sem-terra. Outro ponto de destaque foi a constatação de que a população urbana elabora um discurso diferenciado em relação aos beneficiários dos projetos do Crédito Fundiário; isso se daria, na opinião daqueles, pelo fato desses empreendimentos não ferirem o direito de propriedade nem contestarem a ordem local.