Resumo: |
Contaminantes emergentes (CEs) são um grupo de compostos, não legislados, cujo a estrutura, propriedades e efeitos sobre a saúde humana e meio ambiente ainda não estão totalmente compreendidos, fato que justifica sua investigação. Metabólitos e Produtos de transformação (TPs) são exemplos de CEs onipresentes no meio ambiente e que foram avaliados neste trabalho quanto a sua incidência, distribuição, foto- transformação e toxicidade. Um fluxo de trabalho pós data foi desenvolvido e aplicado nas amostras de águas superficiais oriundas do monitoramento realizado em seis pontos do Arroio Dilúvio, em Porto Alegre- RS, entre os anos de 2016 e 2018, através da metodologia de suspect screening, partindo-se de uma base de dados de 2028 compostos. Para dimensionar todas as etapas envolvidas na busca suspect screening utilizando processos de fotodegradação, um segundo fluxo trabalho, paralelo e independente, foi desenvolvido para avaliar os TPs gerados pelo processo de fotólise direta em água, utilizando o inseticida Propoxur como modelo. Os fármacos, agrotóxicos, hormônios e drogas de abuso foram as classes de compostos identificadas nos estudos de monitoramento. Os metabólitos 4-amino-antipirina (4-AA), 4-acetil-amino- antipirina (4-AAA), Fenpiroximato M-13 e Benzoilecgonina, foram os compostos majoritários, apresentando as maiores áreas. As regiões de maior incidência foram nos pontos 3, 4 e 5, nos meses de Junho e Setembro dos anos de 2016 e 2018. Em relação aos TPs gerados nos estudo de fotodegradação, três foram identificados, formados pela recombinação de radicais do Propoxur via rearranjo foto-fries ou por compostos intermediários, sendo um deles ainda não previsto anteriormente na literatura. A toxicidade in silico, através do método QSAR, foi utilizada para realizar a avaliação de risco de todos compostos identificados. Os metabólitos Carbofurano-fenol e Carbendazim foram previstos como mutagênicos, ao ponto que Dihidrotestosterona e 4-hidroxinorefedrina são tóxicos para o desenvolvimento reprodutivo humano. Os três TPs do Propoxur são carcinogênicos, mas não apresentam perfil mutagênico ao contrário do Propoxur. As previsões de biodegradabilidade imediata foram avaliadas, porém os resultados obtidos apresentaram baixa confiabilidade. |
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