Hiponatremia em crianças cirróticas por atresia biliar : sobrevida livre de transplante e preditores de mortalidade na lista de espera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Renata Silva Duarte dos
Orientador(a): Vieira, Sandra Maria Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/204132
Resumo: Contexto: hiponatremia clinicamente significativa (HCS) é definida neste estudo como o sódio sérico inferior a 130mEq/L por dois ou mais dias consecutivos. É o distúrbio hidroeletrolítico mais comum que acomete o paciente cirrótico, com importante impacto na sobrevida livre de transplante. A repercussão desse distúrbio eletrolítico em crianças com cirrose secundária à atresia biliar (AB) tem sido pouco estudada. Objetivos: avaliar a prevalência de hiponatremia hipervolêmica e estimar a sobrevida livre de transplante em até 90 dias após o desenvolvimento deste evento em crianças e adolescentes cirróticos por AB listados para transplante hepático e que foram acompanhados na unidade de gastroenterologia e hepatologia infantil de um hospital terciário. Metodologia: este é um estudo descritivo, baseado na análise de dados históricos. Foram revisados os prontuários eletrônicos de todos os pacientes com idade até 18 anos, de ambos os sexos, diagnosticados com cirrose (critérios clínicolaboratorial, ultrassonográfico e/ou histológico), que entraram em lista de espera para transplante de fígado entre janeiro de 2000 a dezembro de 2018. O diagnóstico de AB foi confirmado por colangiografia transoperatória e/ou histologia hepática. Resultados: ao total, 128 pacientes cirróticos foram listados para transplante hepático. A frequência geral de hiponatremia hipervolêmica foi de 30,5% (39/128): 10,2% (13/128) eram hiponatrêmicos na entrada em lista; 20,3% (26/128) desenvolveram hiponatremia durante o período de observação e foram incluídos na análise subsequente. A sobrevida actuarial livre de transplante foi de 83,3%. Pacientes hiponatrêmicos tiveram uma menor sobrevida livre de transplante, independentemente do tempo de duração do desequilíbrio do sódio (p=0,00) e essa diferença foi mais evidente naqueles que permaneceram hiponatrêmicos por pelo menos dois dias consecutivos. Após análise multivariada, Taxa de filtração glomerular (P= 0,00, RR= 0,96, IC 95%= 0,94 – 0,99), escore Z IMC para Idade (P= 0,02, RR= 0,59, IC 95%= 0,39 – 0,91), INR (P= 0,00 ,RR= 1,43, IC 95%= 1,17 – 1,74) e Sódio (P= 0,04, RR= 0,91, IC 95%= 0,84 – 0,99) foram independentemente associados à sobrevida livre de transplante. Conclusão: valores de sódio sérico < 130mEq/L por dois ou mais dias é preditor de mortalidade e tem impacto sobre a sobrevida livre de transplante.