"As tramas que eles teceram, as lutas que ali travamos" : modernidade e mitificação nos manuais didáticos da República Popular de Moçambique (1971-1990)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fraga, Cassiano Floriano
Orientador(a): Macedo, José Rivair
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/217361
Resumo: O presente trabalho pretende discutir a relevância dos manuais didáticos moçambicanos produzidos pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), desde a guerra de libertação do país contra o colonialismo português até o período posterior à sua independência, marcado pela hegemonia do Partido-Frelimo na tomada dos rumos da nação, especificamente entre os anos de 1971 e 1990. Consideramos a literatura didática produzida como documento que ancora as noções de pertencimento nacional moçambicano, para isso, analisamos as marcas deixadas pelo projeto societal da Frelimo, assim como a problemática da modernidade contida em seu projeto nacionalista. Procuramos examinar o papel das instituições de ensino e pesquisa ligadas ao Estado para a construção de novos indivíduos, e a produção de conhecimento e perspectiva historiográfica, ideológica e cultural dos profissionais vinculados à essas instituições. Para isso tomamos como fontes históricas manuais didáticos produzidos em distintas fases da trajetória do país, utilizando da literatura escolar para refletir acerca da problemática da escrita da história de Moçambique, importante fator para a autoafirmação do país e para a construção da identidade nacional almejada pelas lideranças moçambicanas do período. Utilizamos, ainda, um arcabouço teórico voltado para uma análise crítica sobre o fenômeno dos nacionalismos africanos e ao eurocentrismo como paradigma universal. O trabalho busca, portanto, analisar de que maneira, na elaboração da bibliografia escolar, estão inseridos substratos simbólicos e valorativos que corroboram para a construção de imagens estereotipadas das populações tradicionais moçambicanas e para a continuidade de reafirmação de discursos sobre África e de banalização dos universos africanos.