Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade na vida adulta : estudo sobre o curso e seus moderadores a partir de um seguimento de sete anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Karam, Rafael Gomes
Orientador(a): Bau, Claiton Henrique Dotto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/110228
Resumo: O conhecimento sobre o curso dos transtornos mentais durante a vida e os fatores que influenciam o seu comportamento fazem parte das primeiras informações buscadas por pacientes e por profissionais de saúde, objetivando um melhor planejamento e intervenções mais acuradas. No caso do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), as informações existentes limitam-se a responder sobre o prognóstico do TDAH para amostras de crianças e adolescentes. Estudos longitudinais prospectivos a partir de amostras clínicas de adultos possuem um delineamento capaz de trazer informação sobre o comportamento do TDAH durante a vida adulta. A amostra de Porto Alegre de adultos com TDAH, coletada nos últimos 12 anos no ambulatório de TDAH em adultos do HCPA, possui extensa caracterização em nível fenotípico e genético. O objetivo principal deste trabalho é investigar em pacientes adultos o curso do TDAH e as características sociais e psiquiátricas envolvidas em sua trajetória, sete anos após a avaliação inicial. Para isso, foram realizados dois estudos a fim de observar o comportamento do transtorno e dos seus domínios durante a vida adulta. O primeiro artigo investiga a persistência do diagnóstico formal do TDAH e a possibilidade de remissão completa sete anos após a primeira avaliação. Mesmo após o período de maior neurodesenvolvimento cerebral, e independentemente da idade dos indivíduos, em torno de 30% da amostra perdeu o diagnóstico do transtorno. A remissão completa ocorreu em 12.4% dos pacientes. Indivíduos com diagnóstico de TOD e Fobia Social, maior número de sintomas de hiperatividade/impulsividade e os que se apresentavam no maior quartil de desatenção durante a avaliação inicial persistiram mais frequentemente com o diagnóstico. Nível de prejuízo pelo TDAH, gênero e tempo de uso de metilfenidato não tiveram efeito significativo. No segundo artigo, analisamos separadamente o comportamento dos dois domínios do TDAH e os possíveis moderadores do seu curso, incluindo o efeito de um grupo de sintomas sobre o outro. Diferentemente dos resultados encontrados nos estudos que avaliaram os períodos da infância e adolescência, os sintomas de hiperatividade/impulsividade declinaram na mesma proporção que os de desatenção. A análise dos domínios individualmente também permitiu identificar que cada grupo de sintomas possui moderadores distintos. O declínio dos sintomas de desatenção foi menor nos pacientes com história de suspensão escolar, enquanto que a hiperatividade/impulsividade declinou menos nos indivíduos que possuem história de problemas com álcool e maior número de sintomas de desatenção. A partir dos resultados encontrados e da literatura existente, esta Tese propõe questionamentos sobre variáveis que podem influenciar o curso do TDAH na vida adulta, bem como perspectivas para intervenções preventivas.