A contação de histórias como tecnologia de cuidado à criança hospitalizada sob a ótica de enfermeiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Brondani, Jeanine Porto
Orientador(a): Pedro, Eva Néri Rubim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196110
Resumo: Trata-se de um estudo sobre o cuidado à criança hospitalizada, utilizando a contação de histórias infantis como tecnologia sob a ótica de enfermeiros. O cuidar em enfermagem no contexto hospitalar integra um conjunto de saberes e práticas de diferentes complexidades. Na área infantil, além de conhecimentos específicos para assegurar a qualidade da assistência, são necessárias habilidades que permitam que a criança e a família sintam-se participantes do processo de cuidado e isto está relacionado, dentre outras questões, à qualidade da informação disponibilizada durante o encontro terapêutico. Além disso, a hospitalização infantil se configura como um ambiente cujas práticas de cuidado são excessivamente curativas e dependentes de tecnologias duras e leve-duras, ou seja, instrumentos e ferramentas que necessitam de uma gama de conhecimentos especializados e complexos para serem utilizados. Há também as tecnologias leves, as quais emergem do espaço de encontro entre profissional e usuário, e repercutem na produção de cuidado que valoriza as pessoas, constrói vínculos e torna os usuários dos serviços protagonistas do seu cuidado. Assim sendo, nesta pesquisa teve-se o objetivo de analisar a contação de histórias infantis como tecnologia de cuidado em saúde infantil sob a ótica de enfermeiros. O caminho metodológico deste estudo caracteriza-se como qualitativo, descritivo e exploratório, tendo como desenho de pesquisa o estudo de caso. A coleta de dados ocorreu no Hospital Universitário Materno-Infantil da Universidade Federal do Maranhão no período de setembro de 2017 a março de 2018. Os participantes da pesquisa foram 17 enfermeiros assistenciais que desenvolviam suas atividades nas unidades de internação pediátrica e na unidade de terapia intensiva pediátrica e foram os responsáveis por contarem as histórias para as crianças. Os dados foram coletados por meio de observação não participante, registros dos prontuários das crianças e entrevistas. O protocolo de pesquisa respeitou todos os preceitos da Resolução 466/2012 e obteve aprovação sob o número 2.295.950. A análise dos dados deu-se por meio da técnica da análise de conteúdo. Como resultados emergiram as seguintes categorias: A contação de histórias: implicações sobre o fazer dos enfermeiros, cujas evidências mostraram um entendimento sobre quais critérios são importantes no planejamento da contação de histórias e sobre a técnica da contação; Características evidenciadas pelos enfermeiros na contação de histórias, que destacou as estratégias utilizadas nas contações, particularidades, dificuldades, facilidades e limites; e Repercussões da contação de histórias como tecnologia de cuidado, a qual aponta importantes contribuições da contação de histórias para o aprimoramento profissional. Nas considerações finais do estudo foi possível identificar que a contação de histórias, sob a ótica dos enfermeiros, foi entendida como tecnologia de cuidado, pois necessitou da reunião de saberes e organização do processo de trabalho para que pudesse ser operacionalizada. A temática das histórias e a linguagem são adequadas ao contexto hospitalar e de fácil entendimento aos profissionais e às crianças. O contar histórias foi uma atividade capaz de colaborar na terapêutica da criança hospitalizada, com ênfase nas práticas de cuidado de enfermagem e na valorização das demandas infantis, à medida que construiu vínculo, permitiu o brincar, o educar, o cuidar e também estimulou o aprimoramento profissional dos participantes.