Narrativas de jovens que experimentaram a proteção em abrigos na década de 90

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Boucinha, Irene Antunes
Orientador(a): Santos, Nair Iracema Silveira dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/27821
Resumo: A presente dissertação analisa narrativas de jovens que estiveram abrigados numa instituição pública, entre os anos de 1992 a 2001 e problematiza as práticas de Assistência em Abrigos. Este período foi marcado pela transição entre o Código de Menores e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), quando várias ações foram propostas para mudanças nas instituições de abrigagem. Nesse sentido, a permanência de crianças e adolescentes em abrigos suscita discussões entre os operadores de direitos. Através do método da história oral, realizei entrevistas com três jovens, que falam sobre suas experiências com a abrigagem. As narrativas destes jovens são a via escolhida para analisar práticas que constituíam a proteção especial em abrigos naquele período, as formas como os jovens experimentaram a passagem por abrigos e as condições de subjetivação de jovens abrigados. Além das narrativas, considerei registros de documentos, de reportagens de jornais, relatórios de conferências sobre as políticas de assistência no país. Valendo-me do referencial teórico foucaultiano, analiso as relações de poder que estão presentes nestas práticas, capazes de produzir subjetividades, que se pautam por lógicas que não apenas dividem, excluem, mas também incluem jovens nas estatísticas da criminalização, da marginalização e da vulnerabilidade. Constatamos no abrigo a existência de políticas antagônicas e divergentes no atendimento aquela população. As marcas da institucionalização e a transitoriedade habitam suas vidas, possuem dificuldades de concluir ou fixar-se em atividades, em construir histórias diferentes das prescritas nas experiências de abrigados. O período de transição do Código de Menores para o ECA na proteção em abrigos apresenta marcas de uma política pública fragmentada, com dificuldade de articular-se tanto no processo de ingresso, como de saída destes jovens do abrigo.