Aplicabilidade da técnica de inseminação artificial pós-cervical em leitoas e desempenho reprodutivo utilizando 1,5 ou 2,5 bilhões de células espermáticas por dose inseminante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Will, Kelly Jaqueline
Orientador(a): Ulguim, Rafael da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/214997
Resumo: A inseminação artificial pós-cervical (IAPC) é um método que permite a redução do número de células espermáticas e volume da dose inseminante sem comprometer o desempenho reprodutivo comparada a inseminação artificial intracervical (IAC). A IAPC é aplicada com sucesso em pluríparas e primíparas, porém ainda é limitada para leitoas devido à dificuldade de passagem do cateter intrauterino pela cérvix. O presente estudo avaliou a aplicabilidade da IAPC em leitoas e o impacto da idade e diferentes características corporais na taxa de sucesso de inserção do cateter intrauterino. O desempenho reprodutivo foi avaliado para IAPC e IAC, considerando diferentes tamanhos de doses. Um total de 636 leitoas foram distribuídas em um delineamento fatorial 2 × 2, sendo os fatores: duas técnicas de inseminação artificial (IAC e IAPC) e dois diferentes tamanhos de doses inseminantes (1,5 × 109 [1,5 × 10 elevado a 9] células espermáticas viáveis/50 mL; ou 2,5 × 109 [2,5 × 10 elevado a 9] células espermáticas viáveis/80 mL). Independentemente da dose inseminante utilizada, para as 319 leitoas do grupo IAPC, foi realizada a caracterização da inserção do cateter intrauterino. Para todos os grupos foram avaliados o desempenho reprodutivo, e ocorrência de sangramento e refluxo de sêmen durante todas as inseminações. Dois subgrupos foram avaliados em relação ao tempo para realizar a inseminação (n = 380) e refluxo de sêmen coletado durante 1 h após a inseminação (n = 114). As análises foram realizadas pelo software SAS utilizando o procedimento GLIMMIX. As médias das variáveis contínuas foram comparadas pelo teste Tukey-Kramer, variáveis frequência foram analisadas por regressão logística considerando a distribuição binária e a distribuição multinomial para as variáveis categóricas com mais de dois escores. Variáveis não paramétricas foram comparadas pelo teste Kruskal-Wallis. A taxa de sucesso de inserção do cateter foi de 58,93%, considerando leitoas que permitiram a inserção do cateter em todas as inseminações realizadas durante o estro. Adicionalmente, maior possibilidade (>60%; P ≤ 0,04) de inserção do cateter foi observada em leitoas mais pesadas no primeiro estro detectado (≥ 124 kg), e em leitoas com idade superior (≥ 225 d) e maior escore de condição corporal (>3) na inseminação. Não houve diferença entre os grupos na taxa de prenhez (≥ 95,26%; P = 0,23), taxa de parto (≥ 93,67%; P = 0,54), número total de leitões nascidos (≥14,45; P = 0,45), bem como sangramento e refluxo durante a inseminação. Entretanto, a porcentagem de volume e de células espermáticas no refluxo foi menor em leitoas inseminadas com 1,5 bilhão de células espermáticas/50 mL (P < 0,01) que nos demais grupos. Não houve redução expressiva no tempo utilizado para realizar a IAPC comparada com a IAC. Porém, para leitoas inseminadas com 1,5 bilhão de células espermáticas/50 mL o tempo total para a inseminação foi menor que nos demais grupos (P < 0,01). Concluindo, a IAPC continua limitada para leitoas devido à baixa taxa de sucesso de inserção do cateter. O desempenho reprodutivo não foi afetado pela técnica de inseminação (IAPC ou IAC) ou pela dose inseminante (1,5 bilhão de células espermáticas/50 mL ou 2,5 bilhões de células espermáticas/80 mL).