Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Érik Álvaro |
Orientador(a): |
Pedrozo, Eugenio Avila |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/264299
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Resumo: |
Um dos principais desafios para as sociedades contemporâneas é realizar as mudanças necessárias, ou mesmo, se transformar para adquirir a condição de ser sustentável, mas isso é uma tarefa complexa. Para se ter uma ideia dessa complexidade, o debate sobre a sustentabilidade tem reverberado em vários âmbitos da sociedade, como por exemplo, nas diversas agendas políticas ocidentais e orientais, entre as bandeiras levantadas nas mobilizações e lutas dos movimentos sociais, bem como nos relatórios socioambientais das empresas e nas premissas e objetivos de órgãos internacionais. Para lidar com a complexidade, utilizam-se reducionismos para qualificar elementos e relações que serão utilizados para constituir e manter uma determinada compreensão da realidade (o princípio de seleção também é o princípio de exclusão). Logo, outras possibilidades e alternativas de compreensão de um determinado fenômeno são desqualificadas e ofuscadas, bem como, ignora-se a existência de um infinito de possibilidades para qualquer fenômeno complexo. Este entendimento sugere que existem fragilidades em toda tentativa de solucionar as demandas da sustentabilidade devido à necessidade de aplicar a redução para lidar com a complexidade do tema. Assim, é notório observar que as sociedades experimentam contingências conforme adotam uma forma de interpretar o todo e, portanto, não é possível compreender a complexidade da sustentabilidade sem questionar como são interpretados e atribuídos os significados a relação sociedade-ambiente. Por isso, o objetivo da tese é analisar os efeitos dos mecanismos de redução da complexidade sobre a compreensão da relação sociedade-ambiente e, como isso, afeta a capacidade de uma sociedade ser sustentável. Essa análise só tem sentido quando se parte do princípio de que não há uma única forma de compreender essa relação e que as formas alternativas sinalizam possibilidades e outras formas de lidar com a complexidade da sustentabilidade. Nesse sentido, recentemente assistiu-se a ascensão da cosmovisão indígena amazônica na América Latina através dos princípios do Sumak Kawsay que acabou ingressando na Constituição Federal do Equador. Em um primeiro momento, esses princípios foram colocados como uma alternativa ao desenvolvimento capitalista (reducionismo), mas ele é muito mais amplo, uma cosmovisão que apresenta uma outra forma de ver os sujeitos, a relação entre eles, a relação com a natureza e como tudo isso está interligado no fluxo da vida. Como resultado, o Sumak Kawsay sofreu reducionismos ao longo da sua jornada até adentrar a carta magna equatoriana e, tal fato, esvaziou todo o sentido e significado da cosmovisão dos povos originários, mas em sua concepção original ele guarda potencialidade para produzir a guinada ontológica necessária para que se alcance uma sustentabilidade em sentido complexo. |