Efeito antifúngico e potencial mecanismo de ação do peptídeo PmUreβ em espécies de Candida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Perin, Ana Paula
Orientador(a): Silva, Lívia Kmetzsch Rosa e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/264986
Resumo: As infecções causadas pelo gênero Candida são consideradas emergentes, com aumento substancial de ocorrências e gravidade. Algumas espécies de Candida são comensais, porém quando há um desequilíbrio entre os microrganismos e seu hospedeiro, as infecções são favorecidas. Considerando o aumento da mortalidade por infecções fúngicas, assim como a taxa de resistência aos antifúngicos clássicos, o desenvolvimento de novas estratégias de controle se torna necessário. Nesse contexto, peptídeos com potenciais funções terapêuticas representam estratégias promissoras. A urease de Proteus mirabilis (PMU) consiste em um trímero de trímeros (ABC)3, denominados α, β e γ. Como visto para outras ureases, a PMU também induz efeitos independentes de sua ação enzimática, como ativação de plaquetas humanas, atividades antifúngicas e entomotóxicas. Além disso, análises com domínios isolados de PMU indicaram que a maior parte dessas atividades é desempenhada pelo domínio β (PmUreβ). Considerando a potencial aplicabilidade biotecnológica de PmUreβ como peptídeo antimicrobiano, o presente trabalho aprofundou os estudos nos efeitos e no mecanismo de ação do peptídeo frente a distintas espécies de Candida. Para a expressão heteróloga, a região codificadora do peptídeo foi clonada e expressa em Escherichia coli. O peptídeo foi purificado por cromatografia de afinidade de níquel. Ensaios in vitro foram realizados para avaliar os efeitos de PmUreβ na proliferação de leveduras, micromorfologia, produção de espécies reativas de oxigênio (EROs), integridade de membrana e parede celular, além de toxicidade em células humanas. A concentração inibitória mínima (CIM) de PmUreβ variou de 4,5 a 9 μM. Além disso, há indícios que PmUreβ alterou a permeabilidade da membrana das leveduras. A produção de EROs pode estar envolvida na perturbação, tendo em vista que a produção de EROs foi elevada na presença do peptídeo, podendo causar peroxidação lipídica, resultando no aumento da permeabilidade. Análises por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) revelaram a presença de potenciais fibras da matriz extracelular envolvendo aglomerados de células e a possível presença de vesículas extracelulares. Além disso, as células de Candida tratadas com PmUreβ apresentaram superfícies celulares deformadas, sugerindo a parede celular como alvo. Numerosas cicatrizes de brotos não polares em células tratadas com o peptídeo foram observadas, o que sugere que o processo normal de divisão da levedura pode ter sido interrompido. Também é importante ressaltar que o peptídeo não apresentou efeito nocivo em células de mamíferos. Esses resultados sugerem que PmUreβ pode ter potencial como peptídeo fungitóxico, destacando seu interesse biotecnológico.