Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Cabral, Izaura da Silva |
Orientador(a): |
Bordini, Maria da Glória |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/179425
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Resumo: |
Este trabalho propõe uma discussão da leitura de literatura infantil sob a ótica da teoria da Estética da Recepção, em especial da teoria do Efeito Estético, a partir da análise de três obras do autor mineiro Nelson Cruz, que trazem personagens da história e da ficção brasileira, ilustradas a partir de imagens das artes plásticas, fotografias, textos históricos: Chica e João, Dirceu e Marília e Bárbara e Alvarenga. Pretende-se examinar se existem, nelas, elementos que podem mobilizar ou expandir as expectativas do leitor criança; investigar como o projeto de ilustração pode contribuir para a recepção da narrativa; bem como analisar como se estruturam essas obras, relativamente à participação do leitor, a partir do princípio de que, segundo a Estética da Recepção, a leitura é um efeito experimentado pelo leitor, não um objeto rigidamente predeterminado pelo autor, que apesar de marcado no texto, permite a emancipação. Buscar-se-á responder à hipótese de que no corpus escolhido existem elementos que mobilizam ou expandem as expectativas do leitor criança, numa perspectiva emancipatória, a partir do efeito trazido pela leitura. A ficção histórica de Nelson Cruz trata-se de uma experimentação do ponto de vista cultural e de uma nova forma de fazer literatura, de pensar o nacional, de fazer literatura brasileira e especialmente a literatura infantil ilustrada, que é proposta como uma expressão original do pensamento crítico fundado em amplo e meticuloso estudo das manifestações culturais da literatura brasileira, que o autor mineiro reinterpreta. Ele mostra uma especificidade da História do Brasil, em que a apreensão da psicologia do cidadão está aliada ao conhecimento de sua ancestralidade. A somatória de estilos, linguagens e paródias de discursos vários geram uma obra nova que, em seu tempo de produção, mostra um "sintoma de cultura", o que resulta em textos de exigente valor estético destinados aos leitores criança. O corpus da pesquisa mobiliza figuras históricas periféricas e valores menosprezados, como o sonho e a poesia, alterando posições hierárquicas típicas da sociedade brasileira – não só do século XVIII –, promovendo o sofrimento dos perseguidos a tema para a criança, Nelson Cruz propõe uma literatura infantil carregada de afetividade e potencial crítico. Aliada a um projeto ilustrativo que se alimenta habilmente das conquistas das modernas artes visuais e cinematográficas, sua obra consegue a aproximação ao jovem leitor sem quaisquer laivos de imposição ou autoritarismo, pelo fascínio das imagens e a sinceridade das personagens, com todos os requisitos para emancipar o público visado. |