Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Silva, Tiago Moraes |
Orientador(a): |
Mielitz Netto, Carlos Guilherme Adalberto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/40233
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Resumo: |
Esta dissertação trata da reprodução social dos agricultores familiares do município de Praia Grande, região do Extremo-Sul Catarinense, diante do avanço da mercantilização da agricultura familiar e as transformações socioeconômicas derivadas. Foca-se à queda de renda e emprego agrícola, conformadas principalmente a partir de meados da década de 1980, dentro da concepção do que nos estudos rurais denomina-se Nova Ruralidade ou “Novo Rural”. Caracteriza-se por uma agropecuária baseada em commodities ligada às agroindústrias, um conjunto de atividades não agrícolas e “novas” atividades/ocupações localizadas em nichos de mercados. Quadro que reduziu a mão-de-obra ocupada no campo e faz os agricultores familiares depender cada vez menos da renda proveniente da agricultura, bem como despender menos tempo ocupados nestas atividades. Há um novo leque de fontes de rendas como aposentadorias e outras rendas não-agrícolas que consolidam a pluriatividade como estratégia entre os membros das famílias rurais. Dinâmicas estas determinadas por uma nova configuração do espaço rural/urbano onde cresce a urbanização em municípios como Praia Grande eminentemente rurais no passado. O corte temporal da pesquisa parte da década de 1970 aos dias de hoje, correspondendo ao período marcado pela modernização conservadora da agricultura no Brasil às novas dinâmicas atualmente gestadas. Modernização esta que afetou o modo de produzir e viver destes agricultores familiares, pois se aumentou os vínculos mercantis, afetando o mercado de trabalho, modificando as atividades/ocupações exercidas e, sobretudo, suas estratégias de reprodução. Mercantilização neste estudo define-se como o processo de redução de autonomia das famílias rurais e sua inserção crescente, em circuitos que predominam as trocas mercantis. Nesse processo, as estratégias de reprodução social tornaram-se cada vez mais subordinadas e dependentes, ampliando-se a interação mercantil de acordo com as características do ambiente social e econômico externo. Nesse sentido, em Praia Grande gerou-se intenso êxodo rural entre as décadas de 1970 e 1990 que tinha a característica de expulsar toda família, dada a queda crescente de emprego rural, dinamizadas por uma especialização produtiva, principalmente na formação da cadeia produtiva baseada no cultivo de arroz. Já nas últimas décadas, (1990 a 2010) traz consigo novos arranjos em busca de emprego e renda. Gera-se um êxodo “seletivo” que remete às cidades a população mais jovem (idade ativa), prevalecendo a feminina, gerando-se os fenômenos da masculinização, envelhecimento no campo, e individualização do processo produtivo. Neste escopo se enquadra a contribuição deste trabalho a fim de compreender a reprodução social destes agricultores familiares neste padrão de desenvolvimento. Tanto numa perspectiva estrutural a partir das tendências impostas por esse ambiente mercantilizado, e na perspectiva orientada aos atores, identificando-se as reações engendradas por estes, dada a diversidade da agricultura familiar e seu repertório de estratégias. Além disso, pretende-se, deste estudo, fornecer subsídios para implementação de políticas públicas para o desenvolvimento desta região. |