Movimentos e distribuição longitudinal de um peixe migrador (Salminus brasiliensis) em reservatório de usina hidrelétrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Fries, Lucas Castello Costa de
Orientador(a): Hartz, Sandra Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/84947
Resumo: A construção de Usinas Hidrelétricas (UHE) altera o regime hídrico natural do rio através da transformação de um ambiente lótico para lêntico (reservatório), podendo prejudicar o movimento dos peixes migradores. Portanto, o conhecimento dos movimentos e distribuição destes organismos em reservatórios é importante para o manejo de peixes migradores. Entretanto, não existem estudos que avaliem as diferenças sazonais nos deslocamentos e distribuição de peixes migradores neotropicais em pequenos reservatórios. Este estudo objetivou caracterizar os padrões de deslocamento e distribuição, bem como a relação com as variáveis ambientais e biométricas de Salminus brasiliensis usando a biotelemetria. O estudo foi desenvolvido entre janeiro e dezembro de 2012, na barragem Monjolinho (UHE Monjolinho), rio Passo Fundo (tributário do alto rio Uruguai, Brasil). Os indivíduos foram capturados, marcados a jusante e soltos a 900 metros a montante do eixo da barragem. Os dados foram coletados mensalmente através de rastreamentos móveis realizados de barco. Estações fixas (uma a jusante e outra a montante do reservatório) detectavam os sinais dos peixes marcados com os transmissores individualmente codificados. Mais da metade dos peixes (N = 15) conseguiram se deslocar para montante do reservatório. Dois indivíduos realizaram movimento descendente, 10 meses pós-soltura. Um indivíduo apresentou velocidade máxima de 2,4 km/h. Os maiores deslocamentos foram na época da atividade reprodutiva, entretanto os deslocamentos não mostraram um padrão claramente sazonal. A distribuição e área de vida apresentaram um padrão sazonal: no verão e primavera os indivíduos localizavam-se em ambientes distantes da barragem, no outono e inverno os indivíduos localizavam-se em trechos mais próximos da barragem. Os deslocamentos e a área de vida linear apresentaram forte relação com a vazão e precipitação. A distribuição foi influenciada pela temperatura, vazão, precipitação e nível de água. O monitoramento pela biotelemetria para espécies migradoras ameaçadas pela construção de hidrelétricas pode ser considerado em futuros esforços de conservação, como, por exemplo, nas indicações de áreas prioritárias para a fiscalização intensiva da pesca dos peixes migradores de alto valor comercial em reservatórios neotropicais.