Adesão a diferentes métodos de introdução da alimentação complementar no primeiro ano de vida : um ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Belin, Christy Hannah Sanini
Orientador(a): Bernardi, Juliana Rombaldi, Nunes, Leandro Meirelles
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/279752
Resumo: Introdução: O período da alimentação complementar tem papel fundamental em todas as etapas da vida, que são decisivas para o crescimento e o desenvolvimento infantil. Os métodos guiados pelo lactente, como o Baby-Led Introduction to SolidS (BLISS) se diferenciam do método tradicional, pois é incentivado que, desde o início da introdução alimentar, o lactente se autoalimente da mesma refeição consumida pela família, desde que em formatos e consistências seguras. A adesão aos métodos guiados pelo lactente ainda é baixa devido à falta de confiança na capacidade da criança de se autoalimentar e a dificuldade de mensurar a quantidade ingerida. Objetivos: Avaliar a adesão a três métodos de introdução alimentar aos 7, 9 e 12 meses de vida e seus fatores associados. Métodos: Estudo de coorte aninhado a um ensaio clínico randomizado realizado com pares mães-lactentes, submetidos à intervenção aos 5,5 meses de vida, sobre três métodos de introdução alimentar conforme randomização: tradicional, Baby-Led Introduction to SolidS (BLISS) ou misto. A adesão ao método foi avaliada aos 7, 9 e 12 meses por pesquisador cegado em relação ao método. As variáveis familiares e maternas avaliadas foram etnia, idade, escolaridade, renda, tipo de parto, morar com companheiro, horas de trabalho, e as variáveis do lactente foram sexo, aleitamento materno exclusivo na alta hospitalar e aleitamento materno até os 6 meses. Os dados foram apresentados em número absoluto e percentual e as análises bivariadas realizadas por teste Qui-Quadrado. A fim de detectar a diferença entre as variáveis com distribuição normal entre os grupos de crianças, foi utilizado o teste de ANOVA e o pós-teste de Bonferroni e para análise dos fatores associados ao desfecho da adesão, utilizou-se a regressão de Poisson. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética do Hospital de Clínicas de Porto Alegre sob o n.º 2019-0230. Resultados: Foram avaliados 139 pares mães-lactentes, sendo 45 (32%) alocados no método tradicional, 48 (34%) no BLISS e 46 (33%) no misto. Aos sete meses, 60 (43,2%) lactentes relataram seguir o método alimentar proposto. Ao analisar cada abordagem, o método misto apresentou resultados significativamente superior com adesão ao método de 69,0% (n=29) aos 7 meses, 55,8% (n=24) aos 9 meses e 78,6%, (n=33) aos 12 meses, seguido do método tradicional (p<0,001). Fatores familiares e maternos como renda, escolaridade, horas de trabalho, tipo de parto, e fatores do lactente, como aleitamento materno na alta hospitalar, aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, não foram associados a adesão ao método (p>0,05). Dentre a amostra que não seguiu o método proposto, os do método tradicional e BLISS migraram majoritariamente para o método misto aos 12 meses, com 60% (n=27) e 72,9% (n=35) no modo de oferta e 97,8% (n=44) e 100% (n=48) quanto à consistência da alimentação, respectivamente. Conclusão: A alimentação complementar em abordagem mista obteve maior adesão aos 7, 9 e 12 meses de idade, tornando-se uma abordagem viável para orientar famílias na introdução da alimentação complementar. Fatores familiares, maternos e do lactente não estiveram associados à adesão ao método.