Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Maiara Aparecida Mialich |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/214632
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Resumo: |
Introdução: A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde brasileiro recomendam aleitamento materno exclusivo até a criança completar seis meses de idade, quando deve ser iniciada a introdução gradativa de novos alimentos, de preferência sólidos, fase chamada de alimentação complementar. A introdução da alimentação complementar inoportuna (precoce ou tardia) e com alimentos não recomendados (leite de vaca ou fórmula láctea, alimentos ultraprocessados e bebidas adoçadas, entre outros) configura-se, no cenário nacional e internacional, como relevante problema de saúde pública cujos determinantes e repercussões merecem investigação, com vistas à definição de intervenções para sua superação. Objetivos: Analisar a introdução da alimentação complementar no primeiro ano de vida, fatores a ela associados e suas repercussões sobre o estado nutricional e situação de aleitamento materno do lactente. Especificamente, objetivou-se: 1- Identificar padrões de idade de introdução da alimentação complementar no primeiro ano de vida e fatores associados; 2- Investigar a presença de associação entre padrões de idade da introdução da alimentação complementar no primeiro ano de vida e o estado nutricional dos lactentes aos 12 meses; 3- Investigar a presença de associação entre padrões de idade da introdução da alimentação complementar e interrupção do aleitamento materno no segundo semestre de vida. Métodos: Os dados são provenientes de estudo de coorte prospectiva de base populacional realizado no município de Botucatu/SP, Estudo CLaB. Foram recrutados 656 recém-nascidos acompanhados até completarem doze meses. Entrevistas com as mães ocorreram no primeiro mês e aos dois, três, quatro, seis, nove e doze meses de idade do lactente, momentos em que foram obtidos dados sobre alimentação e aferidas medidas antropométricas dos lactentes. Na primeira entrevista foram obtidos dados socioeconômicos e demográficos maternos, história obstétrica e dados do lactente, ao nascimento. Foram utilizadas as seguintes análises: Cluster K-means para identificação dos padrões de idade de introdução da alimentação complementar e modelos de regressão logística binária para identificação das associações. A análise de cluster classificou os lactentes acompanhados ao longo do primeiro ano de vida de acordo com a idade média em que cada alimento foi introduzido na dieta, gerando três grupos de lactentes diferentes quanto ao tempo de introdução de alimentos. Na investigação das variáveis associadas aos padrões adotou-se o formato de variável dummy (0 e 1), como um desfecho dicotômico: lactente pertence/não pertence ao padrão em foco. A investigação da associação entre padrões (padrão 1, padrão 2 e padrão 3) e os desfechos - presença de excesso de peso aos 12 meses e interrupção do aleitamento materno entre seis e 12 meses de idade - foi feita levando-se em consideração modelos teóricos de determinação para seleção de possíveis confundidores. Resultados: Os resultados geraram três artigos. Artigo 1- A idade média em que ocorreu a introdução dos alimentos complementares variou entre 76 dias, no caso da fórmula láctea, sendo esse o alimento introduzido mais cedo, e 314 dias, no caso dos biscoitos simples/pão. Alimentos doces, farinhas lácteas, achocolatados e iogurtes foram introduzidos próximos aos 180 dias, assim como leguminosas e carnes. Foram identificados três padrões: padrão 1, mais frequente em filhos de multíparas e que amamentaram por mais tempo, caracterizou-se por menor proporção de crianças que receberam fórmula infantil e maior que receberam leite de vaca. No padrão 2, os alimentos ofertados mais cedo foram fórmula láctea (61 dias) e água/chá (75 dias). Esse padrão se caracterizou pelo elevado percentual de crianças que receberam tanto leite de vaca (93%), quanto fórmula láctea (100%), que receberam farinha láctea/achocolatados (90,4%) e biscoitos recheados/doces/guloseimas (87,3%). O terceiro padrão caracterizou-se pela introdução precoce de fórmulas lácteas e menor frequência de lactentes recebendo produtos ultraprocessados, com chance mais alta de pertencer a esse padrão em filhos de mães adolescentes. Conclui-se que existem três diferentes padrões de idade de introdução da alimentação complementar, sendo que o pertencimento a cada um deles é influenciado pela paridade e idade materna. Artigo 2- A proporção de lactentes com excesso de peso aos doze meses de idade foi elevada nos três padrões: 35,5% no padrão 1, 41,7% no padrão 2 e 42,4% no padrão 3. Não foi identificada associação entre os padrões de idade de introdução da alimentação complementar e a presença de excesso de peso aos 12 meses de idade. Artigo 3-. Foram identificadas pequenas diferenças entre os três padrões de idade da introdução da alimentação complementar no percentual de lactentes completamente desmamados aos 12 meses de idade. Também, observaram-se diferenças entre as mães que mantiveram o bebê em aleitamento materno até doze meses e aquelas que não o fizeram. Entre as mães adolescentes, não brancas, e que tinham trabalho remunerado no momento do parto e não usufruíram de licença maternidade, houve menor proporção de lactentes desmamados antes dos 12 meses. As análises múltiplas mostraram ausência de associação entre pertencimento a um dos três padrões de idade da introdução da alimentação complementar e a interrupção do aleitamento materno entre seis e 12 meses de idade. Conclusões: Foram identificados três padrões distintos de idade da introdução da alimentação complementar na coorte estudada, nenhum deles perfeitamente alinhado às recomendações nacionais e internacionais. Fatores socioeconômicos e demográficos maternos têm associação com os padrões de idade de introdução da alimentação complementar. Não foram identificadas associações entre o pertencimento a cada um dos três diferentes padrões e o estado nutricional do lactente e a interrupção do aleitamento materno entre seis e 12 meses de idade. |