Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Martins, Francisco Sávio de Moura |
Orientador(a): |
Diaz Gonzalez, Félix Hilário |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/216201
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Resumo: |
O hiperadrenocorticismo (HAC) é uma das principais doenças do sistema endócrino em cães. Apesar de ser a endocrinopatia mais comum em cães, o HAC ainda apresenta algumas limitações no diagnóstico. Por isso, idealizou-se a realização da descrição desses casos em série e a proposta de um índice clínico como ferramenta de diagnóstico. Foram descritos 115 casos de cães diagnosticados com HAC pelo teste de supressão por baixa dose de dexametasona (TSpBDD). Desses, 81,3% foram ACTH dependente e 18,7% ACTH independente, com maior acometimento de fêmeas, a média de idade foi 10,3 (± 2,5) anos e 64,9% eram gonadectomizados. A maioria dos cães foi de porte pequeno, de até 10 kg (73,9%). As raças mais frequentes foram Poodle (27%) e Dachshund (17,4%). As manifestações clínicas mais constantes foram polifagia (86%), polidipsia (82,6%), poliúria (80%) e abdome pendular (82,6%). O hemograma revelou neutrofilia (66%), eosinopenia (58,3%) e linfopenia (42,6%). Nas análises bioquímicas foi observado aumento de fosfatase alcalina em 81,74% dos casos, aumento da atividade da ALT (62,6%), hipercolesterolemia (66%) e hipertrigliceridemia (54,7%). A urinálise revelou hipostenúria em 14,9% dos casos e proteinúria em 50%. A ecografia abdominal evidenciou hiperplasia bilateral de glândula adrenal (92,2%), além de hepatomegalia (80,9%). Com objetivo de propor um índice de diagnóstico de HAC (IDH), foram revisados 289 prontuários de pacientes, selecionando, a partir dos critérios de julgamento, 143 prontuários. Para inclusão no estudo os pacientes deveriam apresentar o TSpBDD e o teste de estimulação por ACTH, além dos exames laboratoriais, como hemograma, bioquímica sérica, urinálise e ultrassonografia no período do diagnóstico. Foram excluídos do estudo os casos com comorbidades, como outras endocrinopatias, doença renal crônica, hepatopatia crônica, neoplasias não adrenais, além dos cães em tratamento com glicocorticoides, diuréticos e barbitúricos. Da população selecionada, 100 cães apresentavam o resultado do TSpBDD positivo (cortisol 8 horas >1,0 μg/dL) (grupo 1); 15 cães com o TSpBDD negativo (cortisol 8 horas <1,0 μg/dL), com teste de estimulação por ACTH positivo (cortisol pós-ACTH > 22 μg/dL) (grupo 2); e 28 cães com aspectos clínicos suspeitos, porém com TSpBDD e teste de estimulação com ACTH negativos (grupo 3). Foram elaborados dois índices, um de contagem simples (IDH-S), somando um ponto para cada alteração verificada na avaliação do paciente e dos exames; e um com sistema de pontuação específico, onde foram atribuídos pontos cada variável a partir de informações do consenso de diagnóstico do HAC, publicado pelo American College of Veterinary Internal Medicine (ACVIM, 2013). Para análise dos dados foram utilizados os testes ANOVA e Tukey e o teste de correlação de Pearson. As médias do IDH-S foram: grupo 1 = 22,3±4,9 pontos; grupo 2 = 21,1±3,6 pontos; e no grupo 3 = 15 ±4,6. A média do IDH-P no grupo 1 foi de 57,4 ±11,6 pontos; no grupo 2 a média foi de 54,5 ±9,7 pontos; e no grupo 3 foi de 38,3 ±12,7 pontos. No teste de Tukey (I.C – 95%) observou-se diferença significativa (p < 0,001), tanto no IDH-S, quanto no IDH-P, entre os pacientes dos grupos 1 e 3 e entre os grupos 2 e 3. No entanto, não houve diferença significativa entre o IDH-S dos grupos1 e 2 (p= 0,63) e nem no IDH-P (p=0,65) entre os grupos 1 e 2. Conclui-se que fêmeas de pequeno porte, principalmente das raças Poodles e Dachshunds, apresentaram maior frequência. As principais alterações clínicas e nos exames complementares foram polifagia, poliúria, polidipsia, abdome pendular, hiperplasia da glândula adrenal, aumento de fosfatase alcalina e hiperlipidemia. Quanto ao IDH, constatou-se que o índice pode auxiliar na diferenciação de cães positivos e falso-negativos no TSpDBB e poderá predizer o diagnóstico de hiperadrenocorticismo em cães após novos estudos, demonstrando ser uma ferramenta útil, simples e acessível, podendo ser um método aplicável. |