Sensibilidade à ansiedade e transtorno de pânico : avaliação do impacto da terapia cognitivo-comportamental em grupo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Behenck, Andressa da Silva
Orientador(a): Heldt, Elizeth Paz da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196158
Resumo: O transtorno de pânico (TP) é caracterizado pela presença de ataques súbitos de ansiedade e sensação de medo intenso. Embora haja tratamento efetivo com medicações e terapia cognitivo-comportamental (TCC), muitos pacientes tratados apresentam resposta parcial e tendem à cronicidade. A sensibilidade à ansiedade (SA) é um constructo multidimensional que expressa preocupações físicas, sociais e cognitivas da ansiedade, considerada uma tendência específica a reagir com medo aos sintomas de ansiedade. A SA tem sido associada à gênese e à manutenção dos sintomas do TP, porém ainda são escassos estudos que avaliam se a TCC em grupo (TCCG) modifica tal condição. Os objetivos deste estudo foram: 1) avaliar o impacto da TCCG na SA em pacientes com TP; 2) verificar a associação entre as características sociodemográficas e clínicas (comorbidades, uso de medicação, gravidade do TP) relacionadas à SA; 3) verificar as variáveis clínicas relacionadas à mudança da SA após a TCCG; 4) analisar a SA e suas dimensões como preditor de resposta à TCCG. Trata-se de um ensaio clínico controlado para avaliação da SA em pacientes com TP que realizaram 12 sessões de TCCG comparados ao grupo controle sem a intervenção. A gravidade dos sintomas foi avaliada antes e depois da TCCG no grupo intervenção e uma vez no grupo controle. Utilizou-se a Escala de gravidade do TP (PDSS), a Impressão Clínica Global (CGI), a Hamilton Ansiedade (HAM-A), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e o Inventário de Depressão de Beck (BDI). Para avaliar a SA, foi utilizada a Escala de Sensibilidade à Ansiedade-Revisada (ESA-R) com quatro fatores: fator 1 − medo de sintomas respiratórios e cardiovasculares; fator 2 − medo de descontrole cognitivo; fator 3 − medo de que as reações à ansiedade sejam observadas publicamente; fator 4 − medo de sintomas gastrintestinais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (nº 14-0379). Os pacientes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). A amostra foi composta por 89 sujeitos, com média de idade de 37,9 (DP=10,6) anos. Observou-se associação significativa entre a SA mais elevada em pacientes com comorbidade com agorafobia e sintomas mais elevados de ansiedade e de depressão. Um total de 37 (42%) pacientes participou do grupo intervenção e 52 (58%) pacientes do grupo controle. Houve melhora significativa em todos os sintomas específicos do TP, da ansiedade geral e dos sintomas depressivos. A SA também sofreu redução significativa em todos os fatores após a intervenção quando comparada aos escores iniciais, com tamanho de efeito (TE) de moderado a grande. Quando comparada a SA do grupo controle e do grupo intervenção após a TCCG, os escores da ESA-R diminuíram significativamente em todos os fatores e no total. Ou seja, a SA modifica-se com a TCCG tanto em termos de intragrupo intervenção quanto em termos de escores do grupo controle. Os resultados deste estudo confirmaram que a relação entre a SA é maior em pacientes com TP mais graves. Também foi evidenciada a eficácia da TCCG na redução das dimensões física, cognitiva e social da SA, confirmando a hipótese do impacto positivo da TCCG para a modificação desse quadro.