Resumo: |
Base teórica: Apesar da eficácia da vacinação na prevenção da COVID-19 grave, alguns indivíduos permanecem em risco elevado. Estudos anteriores não incluíram um grupo de comparação com infecções não graves nem uma população imunizada com CoronaVac. Ademais, as subvariantes omicron e a relevância do segundo reforço não foram abordadas. Objetivo: Este estudo teve como objetivo identificar os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de COVID-19 grave com necessidade de internação hospitalar em pacientes com esquema vacinal primário completo e infectados pelo SARS-CoV-2. Métodos: Este foi um estudo caso-controle. Foram elegíveis adultos vacinados e com infecção confirmada por SARS-CoV-2 entre fevereiro de 2021 e março de 2023. Pacientes hospitalizados (casos) e ambulatoriais com infecções não graves (grupo controle) foram pareados na proporção de 1:1 de acordo com o período de diagnóstico. Na análise primária, foram investigados fatores de risco relacionados à internação hospitalar. Na análise secundária, foram investigados fatores relacionados à mortalidade em 30 dias e desfechos compostos nos pacientes hospitalizados. De forma exploratória, para avaliar o impacto da variante delta e do omicron e suas subvariantes em pacientes hospitalizados, os fatores de risco para desfechos compostos foram investigados de acordo com o período de infecção. Resultados: Um total de 364 pacientes foram incluídos na análise: 182 casos e 182 controles. Idade (≥ 60 anos; odds ratio [OR] 3,98 [intervalo de confiança de 95% {IC} 2,23-7,19]), sexo masculino (OR 3,07 [IC 95% 1,78-5,40]), diabetes mellitus (OR 4,61 [IC 95% 2,08-11,08]), doença cardiovascular (OR 4,07 [IC 95% 1,73-10,64]), doença pulmonar (OR 3,06 [IC 95% 1,39-6,94]), obesidade (OR 3,39 [IC 95% 1,29-9,73]), e infecção prévia (OR 0,19 [IC 95% 0,06-0,51]) foram independentemente relacionadas à internação hospitalar por COVID-19. No subgrupo de pacientes hospitalizados, o número de doses de vacina e infecções adquiridas durante o período ômicron foram fatores de proteção independentes contra mortalidade em 30 dias e/ou suporte ventilatório, enquanto a obesidade foi um fator de risco. Conclusão: Pacientes com comorbidades ainda apresentam risco significativo de hospitalização e desfechos graves a despeito de esquema vacinal primário completo. Um maior número de doses é protetor contra a morte e/ou necessidade de suporte ventilatório. |
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