O dicionário infantil de espanhol como língua estrangeira para crianças brasileiras : propondo o desenho da macroestrutura

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Renata Martins da
Orientador(a): Bugueño Miranda, Félix Valentin
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219824
Resumo: O ensino de línguas estrangeiras para crianças vem sendo promovido e implementado cada vez mais desde a primeira etapa do ensino fundamental por proporcionar benefícios cognitivos ao aprendiz. Entre os idiomas ensinados, está o espanhol. Curiosamente, apesar desse fato, não há documentos e orientações que guiem a elaboração de materiais didáticos para o ensino de espanhol como língua estrangeira (ELE) para o público infantil. Dentre os materiais didáticos para este ensino, o dicionário infantil ilustrado poderia ser um importante coadjuvante se fosse compilado levando em consideração as necessidades e o perfil desse consulente. Atualmente, esses dicionários, que são onomasiológicos e pela imagem, aparentemente não possuem nenhuma fundamentação teórica para sua elaboração. São poucas as pesquisas que se dedicam à onomasiologia e menos ainda relacionadas ao seu uso no ensino de idiomas para crianças. Em virtude dessa evidente necessidade de materiais adequados para esse ensino, o objetivo geral deste trabalho consiste em estabelecer a macroestrutura do dicionário ilustrado de ELE para crianças brasileiras a fim de que esse material possa, efetivamente, auxiliar no processo de ensino-aprendizagem considerando o perfil cognitivo e as necessidades desses educandos. Para cumprir com esse objetivo geral, tem-se como objetivos específicos i. compilar um corpus para definição macroestrutural a partir da apreciação do léxico e dos temas de livros didáticos direcionados ao público de seis a sete anos de idade, ii. estabelecer o perfil cognitivo do público-alvo e suas necessidades; iii. identificar quais são as competências que este tipo de dicionário pode exigir do usuário para que ele possa consultá-lo; iv. filtrar o corpus mencionado no primeiro objetivo a partir dos objetivos ii e iii para o desenho final da macroestrutura do dicionário infantil ilustrado. Para cumprir com os objetivos estabelecidos, aplicou-se uma metodologia interdisciplinar, utilizando dados empíricos para a formação do corpus, juntamente a análises qualitativas para que se pudesse dar conta das demandas perante uma pesquisa dessa classe. Elaborou-se o corpus a partir do léxico de 8 livros didáticos de ELE para crianças e contou-se com o auxílio do programa computacional AntConc para essa compilação. Para as análises finais, trabalhou-se com um recorte do corpus, que continha apenas as palavras que perpassavam a metade dos livros analisados ou mais. A esse corpus filtrado, como foi denominado esse recorte, foram aplicados, ainda, novos filtros considerando o potencial de representação e prototipicidade nas substituições ostensivas. Para isso, foram utilizados principalmente alguns princípios da Psicologia e da Linguística Cognitiva. Os resultados apontaram para uma macroestrutura enxuta, com 162 lemas distribuídos em 11 temáticas que compõem o dicionário. Também pode-se constatar que, apesar de ser possível a elaboração de propostas como a que aqui foi feita, deve-se insistir na interdisciplinaridade e na combinação de métodos quantitativos e qualitativos para essa tarefa. Por fim, conclui-se que não adianta seguir publicando dicionários sem embasamentos teóricos, com muitas páginas e lemas aleatoriamente selecionados – o que, inclusive, encarece o material -, para um consulente que recém inicia sua vida escolar e seu processo de alfabetização. Se fossem aplicadas metodologias para gerar instrumentos lexicográficos que tivessem uma relação mais direta com os livros didáticos utilizados, haveria uma melhoria e, assim, o dicionário poderia converter-se em um coadjuvante mais eficiente para esse ensino.