Reprodução social e práticas socioprodutivas de agricultores familiares na microrregião de Altamira, Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Rocha, Carla Giovana Souza
Orientador(a): Almeida, Jalcione Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/87372
Resumo: Este estudo objetiva compreender as possibilidades de mudanças nas práticas socioprodutivas e nas percepções ambientais dos agricultores familiares na microrregião de Altamira frente às restrições e oportunidades advindas da problemática ambiental. A pesquisa de campo consistiu de entrevistas semiestruturadas com 60 famílias de três localidades rurais desta microrregião paraense, tomadas como ilustrativas da realidade regional em seus aspectos de diversidade social e heterogeneidade do meio biofísico. Foram realizadas observações no campo por meio de percurso nos estabelecimentos agrícolas e entrevistadas com os mediadores técnicos e dos movimentos sociais. A abordagem teórico-metodológica escolhida teve dois aportes principais, a discussão epistemológica de Claude Raynaut sobre as interfaces das relações do meio natural e social e sobre as lógicas de reprodução social enfatizando os aspectos demográficos, sociais e materiais. E o aporte teórico de François Dubet que compreende a experiência social como a combinação de várias lógicas de ação humana, a lógica da integração ou socialização, a lógica estratégica e a da subjetivação. Foram identificadas oito lógicas de reprodução social dos agricultores da região que combinam as condições materiais para assegurar as necessidades básicas, a percepção quanto aos projetos familiares, e as formas de integração ao contexto institucional. As mudanças na gestão do espaço e o abandono do uso da floresta no sistema de corte e queima são favorecidos em caso de escassez de floresta, quando os sistemas de produção estão estabilizados ou se tem receita não agrícola que assegura as necessidades familiares, diminuindo a pressão sobre a floresta. Os constrangimentos impostos pelas leis e ações de fiscalização ambientais levam a mudanças temporárias no ritmo de desmatamento, mas não garantem a construção de novas práticas agrícolas que almejem a proteção da natureza e a reprodutibilidade ecológica dos elementos do meio natural. A combinação favorável nos elementos que compõem as três lógicas de ação levam às mudanças nas práticas socioprodutivas tendo em vista o controle do desmatamento na região. Ou seja, a existência de condições materiais por meio de sistemas de produção estabilizados ou receitas não agrícolas que assegurem os projetos familiares e seus objetivos; mudança na percepção sobre o meio natural na perspectiva de conservação do mesmo, em que o contexto local e regional favoreça às novas formas de relação sociedade-natureza, e que institucionalmente se incentive a realização de práticas socioprodutivas visando o controle do desmatamento.