Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Moura, Taciana Brito de |
Orientador(a): |
Becker, Maria Luiza Rheingantz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/212038
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Resumo: |
Esta dissertação apresenta uma pesquisa que investiga a noção de justiça no contexto das relações interpessoais no trânsito em adolescentes. O principal referencial teórico utilizado foi a Epistemologia Genética de Jean Piaget, em especial seus estudos sobre desenvolvimento moral. A premissa deste estudo refere-se à questão de que o respeito mútuo é a condição necessária para um trânsito seguro e justo para todos os seus partícipes. O trânsito, enquanto espaço de relações interpessoais, apresenta muitos conflitos de ordem moral e ética provenientes, dentre outros fatores, de injustiças decorrentes das ações das pessoas. O adolescente, enquanto partícipe vulnerável, é parte da transformação necessária para que o trânsito torne-se um espaço de convivência pautado em ideais de justiça com base na igualdade e na equidade. Assim, torna-se importante investigar o juízo de adolescentes sobre justiça nas relações interpessoais no trânsito e como as compreendem enquanto justas ou injustas. Define-se a metodologia adotada como uma pesquisa qualitativa, realizada a partir do método de estudo de casos múltiplos (Yin, 2015). Os sujeitos são dez adolescentes, entre 17 e 18 anos, estudantes do terceiro ano do ensino médio de uma escola pública de Porto Alegre. A coleta de dados foi realizada através de entrevista inspirada no Método Clínico de Jean Piaget. O roteiro de entrevista é composto por dois dilemas e questões sobre o tema. Os resultados foram analisados qualitativamente e evidenciaram diferentes níveis de descentração nos argumentos dos adolescentes em relação à maneira como operam com as normas, bem como sua compreensão sobre relações interpessoais justas ou injustas no trânsito. Tais argumentos partem do centrismo, que se expressa na dificuldade em reconhecer outros pontos de vista além do próprio, característico do egocentrismo juvenil, perpassa a valorização do grupo de coetâneos e de vínculos familiares com o sociocentrismo e avança em direção à descentração, no sentido de reciprocidade e valorização de ideais coletivos. Verificase, solidariamente a essa diferenciação, uma oscilação dos argumentos entre as três etapas de noção de justiça propostos pela teoria piagetiana, imanente, retributiva e distributiva, com maior tendência à justiça retributiva. Portanto, apontam para a necessidade de uma educação que instigue a reflexão e a coordenação de perspectivas que avancem em direção à princípios, valores morais e desenvolvimento da autonomia. |