Mortalidade por câncer bucal e de orofaringe no Brasil : impacto do Programa Brasil Sorridente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cunha, Amanda Ramos da
Orientador(a): Hugo, Fernando Neves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263764
Resumo: Introdução: O câncer bucal e de orofaringe é considerado um problema de saúde pública em todo o mundo. O padrão de incidência e mortalidade por essa patologia no Brasil vem apresentando mudanças nas últimas décadas; entre as causas sugeridas para explicar esse fenômeno, podem estar as significativas mudanças no sistema de saúde do Brasil a partir dos anos 1980 e a consequente restruturação da atenção à saúde bucal no país. Objetivos: Analisar a distribuição e a tendência das taxas de mortalidade por câncer bucal e de orofaringe no Brasil e avaliar a relação entre essas taxas e a implantação e expansão do Programa Brasil Sorridente, no período de 2000 a 2013. Métodos: Os dados sobre a mortalidade por câncer bucal e de orofaringe foram obtidos através do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), geridos pelo Ministério da Saúde; os dados “Cobertura de Equipes de Saúde Bucal (ESB) da Estratégia de Saúde da Família” e “Número de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO)” foram obtidos através do Portal “Sala de Apoio à Gestão Estratégica” do SUS e através de Portal do Departamento de Atenção Básica (DAB) da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde. As taxas de mortalidade foram padronizadas por sexo e por faixa etária, pelo método direto. Para estimação de tendência de mortalidade da série histórica, utilizou-se a regressão linear generalizada pelo método de Prais-Winsten. Para a análise estatística da relação das taxas de mortalidade por câncer bucal e de orofaringe com a cobertura populacional por ESB da Estratégia de Saúde da Família, com o número de CEO e com as demais covariáveis, foi utilizado um modelo misto, também conhecido como modelo de coeficiente aleatório. Resultados: No período estudado, a taxa de mortalidade por câncer bucal e de orofaringe foi 3,94 vezes mais elevada para homens do que para mulheres, a faixa etária que concentrou o maior número de óbitos foi “50 a 59 anos” e o sítio anatômico responsável pelo maior número de óbitos foi “orofaringe”. Em relação à tendência das taxas de mortalidade, foi identificado padrão crescente para a população feminina, estacionário para a população masculina e estacionário para ambos os sexos; “base da língua” e “assoalho da boca” foram os sítios anatômicos que apresentaram tendência crescente, “amígdala” apresentou tendência decrescente e os demais sítios anatômicos apresentaram tendência estacionária. Na análise de associação, identificou-se que a taxa de mortalidade por câncer bucal e de orofaringe no Brasil, na população masculina, diminui com aumento da cobertura por ESB e com o aumento do número de CEO. Conclusões: Os resultados do presente trabalho sugerem que a implantação da Política Nacional de Saúde Bucal, também reconhecida como “Programa Brasil Sorridente”, que objetivou a reorganização da atenção à saúde bucal em todos os níveis de atenção, pode ter apresentado impacto positivo nas taxas de mortalidade por câncer bucal e de orofaringe no Brasil, especialmente em homens, parcela da população mais acometida por essa patologia.