Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Lemos, Sandra Monteiro |
Orientador(a): |
Silveira, Rosa Maria Hessel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/70607
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Resumo: |
A presente tese investiga as relações entre leitura, material de leitura e leitor, focalizando especificamente a revista Seleções do Reader’s Digest e seus leitores. O estudo objetiva investigar tais relações, de modo a entender a trama discursiva de situações e condições sob as quais se estabelecem normas e condutas que produzem práticas e experiências ligadas à leitura. Para tanto, a investigação foi dividida em dois eixos: o primeiro consistiu na análise de 152 exemplares, predominantemente das décadas de 40 a 70 da revista de grande circulação nacional e de origem editorial estadunidense Seleções do Reader’s Digest, e o segundo se debruçou sobre entrevistas com doze leitores da referida publicação. O aporte teórico-metodológico da pesquisa situa-se no campo dos Estudos Culturais em Educação, articulados aos estudos sobre leitura e leitores. O trabalho está estruturado com base nos seguintes autores: Roger Chartier, Miguel de Certeau, Leonor Arfuch, Rosa Silveira, Michel Foucault, Stuart Hall, Jorge Larrosa, Emmanuel Fraisse, Jean-Claude Pompougnac, Martine Poulain, Zigmunt Bauman, dentre outros. O estudo entende a leitura enquanto experiência cotidiana, compreendendo-a como sendo aquela efetuada com regularidade, estando imersa nas suas várias dimensões e implicada no social, no cultural, no político e no econômico. As narrativas produzidas através das entrevistas dessa pesquisa possibilitaram sua circunscrição em histórias pessoais, que ajustadas à sua dimensão singular são reconhecidas como histórias de leitura. Ao problematizar as relações entre discursos, comportamentos, situações, ambientes e materiais de leitura – e, em especial da Seleções (1940 a 1970), emergiram representações que puderam integrar dois tópicos analíticos: o primeiro, “Leitores e leituras” e o segundo, “Textos e tramas”. No primeiro estabeleceram-se determinados perfis, que foram denominados como identidades leitoras, identificados a partir de experiências cotidianas de leitura. Já o segundo articula outras experiências cotidianas que, assim como a leitura, estão relacionadas com lazer, entretenimento, emoções, aprendizado, senso crítico etc. Tais experiências aparecem marcadas pela escuta do rádio – em especial, as radionovelas – e a televisão. Outras mídias ainda, próprias da contemporaneidade, como a internet e suas redes sociais, também apareceram nas narrativas dos entrevistados. As conclusões do estudo apontam para alguns entendimentos sobre possíveis relações entre Seleções e a leitura que os leitores faziam dela, quais sejam: o prazer que a leitura provoca; o aprendizado da/com a leitura; a variedade de suportes de leitura; a variedade de modos, gestos e espaços de leitura; a leitura como um “lugar” de memória levando à produção de histórias de leitura e “leituras” e sua relação com consumo. Por fim, conforme alguns cenários apresentados pelos depoentes, possuir uma biblioteca, mesmo que seja com revistas – algumas encadernadas, parece aliar-se a boas práticas de leitura com hábitos diários, que buscam sempre entendimento e atualização. Tais aspectos, dentre outros, podem ser tomados como indícios de algumas das possíveis materialidades de representação de leitura na contemporaneidade. |