Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Costa, Marta Haas |
Orientador(a): |
Magalhães, Pedro Vieira da Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/204245
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Resumo: |
Introdução: O transtorno bipolar é uma doença comum, com uma prevalência para todos os subtipos de aproximadamente 2,4%. O curso do transtorno bipolar é heterogêneo, e para até 50% dos pacientes, a doença pode evoluir com aumento da frequência dos episódios de humor ao longo do tempo, diminuição dos níveis de funcionamento cognitivo e psicossocial e resistência ao tratamento. Modelos de estadiamento tentam explicar o curso do transtorno e encontrar estratégias de tratamento de acordo com o estágio da doença. Contudo, a evidência de tratamento para o transtorno bipolar refratário bem como orientação de como selecionar intervenções em fases avançadas da doença é ainda precária. Para esses pacientes, são necessários esquemas de tratamentos com uso de múltiplos fármacos, incluindo antipsicóticos atípicos, frequentemente com resultados insatisfatórios. A investigação da clozapina para pacientes com transtorno bipolar refratário foi sugerida pela sua eficácia na esquizofrenia refratária, contudo, a evidência até então é escassa. Objetivo: Nesse trabalho, foram utilizados dados do Systematic Treatment Enhancement Program for Bipolar Disorder para analisar o impacto clínico da clozapina para o transtorno bipolar. Métodos: Pacientes que utilizaram a clozapina foram identificados e comparados com pacientes que fizeram uso de olanzapina, um comparador ativo, e nenhuma dessas duas medicações ao longo do seguimento do estudo, mas poderiam estar em uso de qualquer outra medicação. Escalas de sintomas afetivos, hospitalizações e morte durante o seguimento foram analisados como desfechos principais. Preditores do uso de clozapina no estudo também foram avaliados. Para as análises longitudinais, foram utilizados modelos lineares mistos e as equações generalizadas estimadas para as comparações entre os grupos. Resultados: 1,1% (n = 43) dos pacientes usaram clozapina em qualquer momento durante o estudo. Aqueles em clozapina tiveram significativamente menos sintomas maníacos e depressivos durante o acompanhamento, em comparação com aqueles que não usaram clozapina ou olanzapina, enquanto aqueles que usaram olanzapina apresentaram mais sintomas. O uso de clozapina não foi associado a um risco aumentado de hospitalização. Nenhuma morte foi registrada para o grupo clozapina durante o estudo. Conclusões: Com os dados desse amplo estudo, foi possível a investigação de uma amostra relevante de pacientes com transtorno bipolar, e seu desenho, no qual os pacientes eram tratados de forma naturalística, representa a prática clínica diária. Poucos pacientes utilizaram clozapina ao longo do estudo. Ainda assim, seu impacto clínico comparado com o grupo que utilizou olanzapina e com o grupo que não utilizou clozapina nem olanzapina foi substancial, apresentando menos sintomas afetivos em pacientes com características de doença mais severa. Além disso, enquanto o uso de olanzapina foi associado com mais hospitalizações ao longo do tempo, o uso da clozapina não foi. Segurança e tolerabilidade não foram avaliadas, e é evidente que os resultados desse trabalho precisem ser confirmados em ensaio clínico randomizado. Entretanto, os achados indicam que a clozapina pode ter um papel importante para pacientes com transtorno bipolar refratário. |