Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Seixas, Ana Luisa Jeanty de |
Orientador(a): |
Marzulo, Eber Pires |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263991
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Resumo: |
Esta tese apresenta a emergência de outros sujeitos no campo patrimonial e os tensionamentos resultantes desse fato, indicando que estas presenças alteram e tensionam o campo, incluindo a própria noção de patrimônio, seus valores, instrumentos e políticas públicas. Ao se compreender o patrimônio como um objeto deslocado de um contexto cotidiano para a dimensão memoral através de uma atribuição de valores, observa-se que se trata de uma escolha feita por determinados detentores do poder naquele contexto. Com a inserção de outros sujeitos que se encontravam à margem da abordagem oficial e que passam a se reconhecer como sujeitos políticos, o campo é tensionado. Para problematizar e tensionar o campo patrimonial, a pesquisa aborda o caso dos Guarani Mbyá na Tava/ Sítio de São Miguel Arcanjo, onde localizam-se as Missões Jesuíticas Guarani, no noroeste gaúcho. Historicamente, ao longo do processo de valorização e patrimonialização da região, iniciado em 1922, a invisibilidade Guarani foi sendo constituída e a sua presença descrita como discreta, silenciosa e muitas vezes despercebida. Após quase um século da valorização das ruínas de São Miguel Arcanjo (patrimônio nacional em 1938 e patrimônio mundial em 1983) o significado cultural atribuído pelos povos originários passou a ser valorizado como parte formadora desse patrimônio, a partir de 2014, com o reconhecimento da “Tava - Lugar de Referência para os Guarani” como patrimônio imaterial brasileiro e, em 2018, como patrimônio do Mercosul. Ao mudarem os sujeitos, mudam os valores e a própria noção de patrimônio passa a ser tensionada. Entendendo o patrimônio também como uma política pública (classificação e seleção institucionalizada), muda-se, portanto, também a sua forma de compreender e de fazer política e planejamento. Se antes o patrimônio se ajustava e se limitava às políticas públicas, no caso de preservação e planejamento territorial, a incorporação de outros sujeitos do campo passa a demandar outras abordagens. |