Modos de ser docente em matemática nos anos iniciais : constituição do docente-ciborgue durante a pandemia de COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Longo, Fernanda
Orientador(a): Wanderer, Fernanda
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/282967
Resumo: Esta tese buscou investigar os efeitos que as aulas em modalidade remota/bimodalidade operaram nos modos de ensinar Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da rede privada de ensino de Porto Alegre (RS). Aliado a este objetivo geral, estão os seguintes objetivos específicos: A) Investigar enunciações de professoras/es que lecionam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da rede privada de ensino de Porto Alegre sobre suas práticas docentes (em especial, aquelas da área da Matemática) durante o Ensino Remoto Emergencial; e B) Identificar os enunciados que conformam o discurso da Educação Matemática, bem como a sua emergência na Educação Básica durante o Ensino Remoto Emergencial. Os aportes teóricos que sustentam esta investigação são as teorizações pós-críticas, em especial os estudos de Michel Foucault e Gilles Lipovetsky. O material empírico analisado constituiu-se pelas respostas de docentes dos Anos Iniciais de duas escolas da rede privada de Porto Alegre (RS) a um formulário enviado de forma eletrônica e anônima. A estratégia analítica utilizada para operar sobre o material foi a análise do discurso foucaultiana. O exame do material permitiu inferir que a racionalidade neoliberal capturou rapidamente o período de excepcionalidade e que os professores do ensino remoto se constituíram a partir das verdades que compõem o discurso da sociedade da leveza, ao mesmo tempo que responderam às demandas do neoliberalismo. Em relação às aulas de Matemática, percebeu-se a mobilização de verdades que constituem o discurso da Educação Matemática, mesmo durante a pandemia, como a necessidade do uso de materiais concretos (manipuláveis), além de se considerar que uma boa aula considera que a matemática está em tudo, inclusive na casa dos estudantes, ao mesmo tempo que a Matemática é vista como universal. Nesse sentido, pode-se concluir que o Ensino Remoto Emergencial provocou efeitos nos modos de ser docente (de Matemática) durante a pandemia, esta que mobilizou verdades ambivalentes a respeito da Educação e da docência, funcionando como uma ferramenta para a produção de uma docência-ciborgue que se alinha com as premissas do neoliberalismo acerca da flexibilidade, adaptação e leveza, ao mesmo tempo que promove os saberes matemáticos enquanto universais e a-históricos.