Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Herrera Ortuño, Judit |
Orientador(a): |
Marques, Flávia Charão |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/182249
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Resumo: |
O presente trabalho é fruto da pesquisa realizada como parte do Mestrado em Desenvolvimento Rural. Tendo como ponto de partida teórico-metodológico a Perspectiva Orientada pelos Atores, junto com alguns conceitos mobilizados pelas feministas pós-coloniais, opta-se pela etnografia como abordagem qualitativa em campo. A pesquisa situa seu olhar na heterogeneidade dos ‘mundos de vida’ como resposta à modernização agrícola no Médio Alto Uruguai, e se focaliza mais especificamente nas ‘formas de existência’ do grupo das Bruxinhas de Deus de Cristal do Sul. Este é um grupo de quinze mulheres rurais que se organizam desde 2005 em torno da preparação coletiva de remédios caseiros à base de plantas medicinais e do atendimento em saúde para a comunidade local na Farmacinha Comunitária. O trabalho objetiva analisar as práticas sociais levadas a cabo por estas mulheres de modo a elucidar como constroem processos de autonomia através da ação coletiva. Percebe-se primeiramente que os discursos hegemônicos sobre a ‘autonomia da mulher’ dentro da lógica das políticas públicas para o ‘desenvolvimento rural’ diferem dos dizeres e fazeres locais sobre autonomia, resultando na invisibilidade dos microagenciamentos locais promovidos cotidianamente pelas mulheres. Por outro lado, as práticas de preparo de tinturas, elixires, pomadas e xaropes junto com a ‘cura existencial’ se constituem como realidades ‘feitas’, onde o simbólico e o material se diluem e se reconfiguram permanentemente. As práticas materializadas do saber-fazer das Bruxinhas são consideradas como parte de uma ontologia própria dentro de uma multiplicidade de realidades ‘feitas’. Esta ontologia não é fixa, mas ao contrário, constitui ‘corpos mutáveis’ num fluxo dinâmico de ressignificações e reconfigurações a partir das relações interdependentes que o grupo de mulheres estabelece (ou não) com outros atores sociais. Percebe-se que as Bruxinhas não têm uma forma homogênea de agir em relação à institucionalidade e aos órgãos públicos, mas em cada situação concreta o grupo decide os limites do seu envolvimento (ou não) institucional, a partir de escolhas onde se diluem ações estratégicas e motivações subjetivas. É nestes microagenciamentos localizados que as mulheres erguem cotidianamente sua autonomia. |