Dos trajetos costumeiros e errantes que compõem um exercício docente em sala de recursos : o atendimento pedagógico domiciliar e a tecnologia assistiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Magali Dias de
Orientador(a): Axt, Margarete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/111917
Resumo: A cartografia traçada nesta tese refere-se ao exercício docente em Sala de Integração e Recursos, que se constitui no modo como a Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS oferece Atendimento Educacional Especializado aos alunos com deficiência que frequentam o ensino comum. Arquitetada no período de 2010 e 2011, esta pesquisa vincula-se aos estudos teórico-metodológicos realizados pelos grupos de pesquisas LELIC e TEIAS, ambos pertencentes à UFRGS. Tem como intercessores os pensadores Gilles Deleuze e Félix Guattari, sendo composta por seus conceitos de território, desterritorialização, reterritorialização, mapa e linhas. Interessa, particularmente, dar visibilidade e dizibilidade às linhas que compõem a instauração do Atendimento Pedagógico Domiciliar a estudantes com deficiência que se encontram afastados do convívio escolar por questões clínicas, com base num processo minoritário experimentado por uma professora de Sala de Recursos junto a dois estudantes e que se delineia a partir do uso da Tecnologia Assistiva. A produção de dados é realizada a partir das Anotações de Eva, dispositivo de pesquisa composto por registros escritos, em vídeo e áudio, assim como cronotopos e fluxogramas realizados pela pesquisadora, que emergem do acompanhamento dessa processualidade, e também por normativas alusivas a esse exercício docente, pareceres pedagógicos e laudos médicos-clínicos dos alunos, registros escritos da professora, entrevistas e conversas informais com assessores dessa rede de ensino, profissionais da área da saúde, professores da escola e familiares. Cartografaram-se cinco organizadores, funcionando ao mesmo tempo, que incidem na atividade laboral da professora de Sala de Recursos, mas que ao mesmo tempo são flexibilizados e até mesmo rompidos, sendo eles: (1) a política educacional; (2) a forma de ser do aluno e de estar na escola; (3) as construções arquitetônicas dos prédios escolares; (4) a autonomia financeira; (5) a forma de fazer da professora, que se desdobra a partir de dois ordenadores ― o Atendimento Pedagógico Domiciliar e a Tecnologia Assistiva. Este mapeamento sugere uma inventividade molecular que se manifesta na coexistência dos trajetos costumeiros e erráticos, dos organizadores e desorganizadores, das estratificações e variações contínuas que agenciam o fazer, o desfazer, o desfazer-se, o refazer e o refazer-se desse serviço de apoio, da professora da Sala de Recursos e dos estudantes por ela acompanhados.