Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Soares, Gisele Rodrigues |
Orientador(a): |
Marcello, Fabiana de Amorim |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/229886
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Resumo: |
A partir de narrativas das memórias de/na infância, na medida em que relacionadas a seus contextos familiares, o objetivo desta pesquisa foi o de problematizar os conceitos de memória e de narrativa nas crianças a partir de suas experiências em família – valendo-se, para isso, de diálogos tecidos com elas a partir de fotografias, na qualidade de “suportes de memória”. A fundamentação teórico-metodológica foi baseada, centralmente, nos conceitos de memória e de família, bem como em discussões sobre pesquisa com crianças e fotografia. Metodologicamente, foram realizados quatro encontros individuais com um conjunto de nove crianças entre 6 a 11 anos, valendo-se, para tanto, da estratégia da foto-elicitação (CLARK-IBAÑEZ, 2004). Para os encontros foram consideradas fotografias em família do acervo da pesquisadora, do acervo das crianças e aquelas derivadas da produção de fotos por meio do empréstimo de câmeras analógicas. A concepção de memória é trazida a partir de Walter Benjamin e de seus comentadores. Nela, destaca-se a importância dada ao ato de narrar para a produção de memórias e para o reconhecimento identitário individual e coletivo dos sujeitos. Por sua vez, o conceito social de família se organizou, na pesquisa, a partir de dados do Censo Demográfico do IBGE de 2010 e, ainda, com algumas projeções populacionais de anos mais recentes, a fim de contextualizar o cenário das famílias brasileiras, estatisticamente. Além disso, alguns conceitos como dinâmicas familiares (FONSECA, 2005) e parentescos do cotidiano (FONSECA, 2004) foram usados para definir um contexto atual de família que reconheça a diversidade das formas de a família se configurar hoje. Ao trabalho de transcrição/composição da fala da criança em texto operou-se com um processo aqui chamado de “transcriançar” – numa tentativa teórico-metodológica de apresentar uma relação inventiva que se dá entre o processo de escrita e de tradução das memórias das crianças na pesquisa. As análises que emergiram a partir das conversas com as crianças tratam especificamente sobre os modos de narrar memórias de infância na infância, considerando: 1) as interlocuções com o outro, durante (e também anteriormente) ao próprio ato de narrar, sendo esse outro um adulto ou até mesmo outra criança; e 2) o processo da imaginação vinculado à memória, em que as emoções e os devaneios infantis (BACHELARD, 1996) conduzem, de certa forma, o fio rememorativo. Também analiticamente, as descobertas da pesquisa entendem as narrativas das crianças sobre as relações familiares e sobre os processos de socialização, fruto das experiências compartilhadas, como estando ligadas, de modo inseparável, às dimensões de aprender, estar junto e ensinar. Além disso, as narrativas das crianças revelaram agrupamentos vinculados às redes de parentesco que elas mantêm. A partir desses elementos analíticos, compreende-se, em suma, que as memórias de infância na infância emergem a partir de uma história coletiva, vivida e narrada com emoção e imaginação, em que crianças e adultos compartilham olhares, experiências, linguagens e aprendizagens, por toda a vida, sem que se possa estabelecer uma forma única e atemporal de narrar. |