Análise dos efeitos da suplementação proteica e da reabilitação pulmonar para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Zanella, Priscila Berti
Orientador(a): Knorst, Marli Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/240589
Resumo: Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença prevenível e tratável caracterizada pela presença de limitação ao fluxo aéreo que leva a sintomas respiratórios persistentes, como tosse e dispneia. O consumo dietético, com destaque para a proteína, e o estado nutricional do paciente influenciam na evolução e prognóstico da doença além do surgimento de comorbidades. O objetivo deste trabalho foi avaliar através de um ensaio clínico randomizado a capacidade física de pacientes com DPOC em um programa de reabilitação pulmonar (RP) com e sem a suplementação de whey protein (WP) e através de uma revisão sistemática analisar se a manipulação da ingestão de proteínas por pacientes com DPOC pode melhorar seu desempenho físico. Metodologia: O ensaio clínico randomizado foi realizado com 31 pacientes diagnosticados com DPOC, teve duração de oito semanas e foi controlado por placebo. Os pacientes foram randomizados para um dos seguintes grupos de estudo: intervenção (suplementação de WP e RP), placebo (suplementação de maltodextrina e RP) ou controle (sem receber suplemento ou RP). Para todos os participantes foram realizadas avaliações nutricionais, funcionais de capacidade física e pulmonar. Na revisão sistemática foi realizada uma pesquisa por ensaios clínicos randomizados nas bases de dados PubMed, Embase, CENTRAL (Cochrane), CINAHL, SPORTDiscus e Web of Science, sem limitação de data de início até dezembro de 2020. Resultados: No ensaio clínico a amostra apresentou maior percentual de idosos e participantes do sexo feminino. O grupo intervenção teve um aumento no cosumo de proteína no café da manhã ao longo do estudo e em relação aos outros dos grupos (p<0,05). A massa magra desse mesmo grupo aumentou do início para o final do experimento (p<0,05). O tempo de duração do teste (Tlim) e a força de membros inferiores aumentaram nos grupos em RP, sendo o Tlim maior ao final do estudo do que no grupo controle (p<0,05). No teste 12 de caminhada e força dos membros superiores somente o grupo intervenção apresentou aumento ao longo do tempo, sendo a força maior no período pós do que a do grupo controle (p<0,05). Os parâmetros de função pulmonar não apresentaram alteração ao longo do estudo em nenhum dos grupos. Na revisão sistemática com metanálise foram incluídos seis artigos. A qualidade de vida foi avaliada por todos os artigos e cinco apresentaram melhora nesse aspecto. Na meta-análise, nenhum efeito significativo da manipulação de proteínas foi encontrado em relação à melhora no desempenho (MD, 10,83; IC 95%: -11,27 a 32,93, p = 0,34), função pulmonar (MD, 2,19; IC 95%: -1,41 a 5,78, p = 0,23), o antioxidante glutationa (MD, 3,07; IC 95%: -182,55 a 188,69, p = 0,97) ou marcadores inflamatórios (SMD, -0,16; IC 95%: -0,59 a 0,27, p = 0,46). Conclusão: No ensaio clínico a capacidade física dos pacientes com DPOC que realizaram RP apresentou melhora, sendo mais consistentes nos suplementados com WP. E na revisão sistemática com metanálise a manipulação da ingestão de proteínas não promoveu melhorias no desempenho físico, embora pareceu melhorar sua qualidade de vida.