Marsupiais (Didelphimorphia, Didelphidae) do Quaternário da região do Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí, Brasil)

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Motta, Filipe Armando
• Orientador(a): Ribeiro, Ana Maria
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Taxonomia; Didelphimorphia; Quaternario; Parque Nacional da Serra da Capivara (PI)
• Palavras-chave em Inglês: Didelphidae; Karstic caves; Holocene
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235450

Os marsupiais compreendem um dos três grandes grupos de mamíferos atuais, juntamente com os placentários e os monotremados. Das três ordens de marsupiais atualmente encontradas na América do Sul, apenas Didelphimorphia está presente no Brasil, possuindo uma ampla variedade de hábitos e ocupando diferentes habitats, desde os solos áridos do sertão nordestino até o interior úmido da floresta amazônica. Os marsupiais fósseis são, portanto, excelentes indicadores das condições pretéritas de uma determinada região, assim como outros mamíferos de pequeno porte (e.g. roedores e morcegos). Grandes acumulações de fósseis desses pequenos mamíferos são tipicamente encontradas em cavernas cársticas. Estas acumulações são favorecidas tanto por hábitos dos predadores destes animais quanto por características intrínsecas aos ambientes. O Parque Nacional da Serra da Capivara, localizado no município de São Raimundo Nonato, no estado do Piauí, apresenta em seu entorno uma grande quantidade de cavernas cársticas nas quais já foram coletados centenas de fósseis de mamíferos, sejam da megafauna do Quaternário, sejam de pequenos mamíferos de pequeno porte. Este estudo se propõe a conhecer a diversidade de didelfídeos da região da Serra da Capivara, através da análise de fósseis encontrados em quatro sítios paleontológicos: Toca do Serrote das Moendas, Toca do Gordo do Garrincho, Toca do Serrote do Artur e Toca do Barrigudo. Os espécimes consistem em diversos fragmentos maxilares e mandibulares identificados através da comparação com material recente depositado em coleções mastozoológicas, bem como os da literatura especializada. Foram identificados seis táxons nos quatro sítios estudados: Monodelphis domestica, Monodelphis cf. Monodelphis americana, Didelphis albiventris, Cryptonanus agricolai, Gracilinanus agilis e Thylamys karimii. Estes táxons constituem novos registros para o Quaternário da Serra da Capivara, exceto M. domestica e D. albiventris. Estes dados, ao se somar aos estudos de pequenos mamíferos da região, contribuirão para um maior conhecimento da paleofauna e também para a compreensão do paleoambiente durante o Quaternário da região.