Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Amaral, Marjoriane de |
Orientador(a): |
Kucharski, Luiz Carlos Rios |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/212164
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Resumo: |
Animais ectotérmicos, especialmente anuros, habitam diversos lugares do nosso planeta e desenvolveram algumas estratégias para garantir essa ampla distribuição. Alguns anuros sobrevivem em ambientes frios com temperaturas muito baixas devido a alterações metabólicas, como mobilização de crioprotetores (glicose, glicerol e ureia), armazenamento de glicogênio hepático e alterações na expressão de transportadores de membrana. O Rio Grande do Sul, sul do Brasil, apresenta temperaturas muito baixas no inverno, mas não há estudos sobre a adaptação de anuros durante o inverno nessa região. Neste estudo, o objetivo foi avaliar as estratégias fisiológicas adaptativas entre as diferentes estações do ano da espécie Sul-Americana Boana pulchella a fim de identificar as possíveis vias metabólicas que estariam modificadas sazonalmente e fornecer dados para o entendimento da biologia desses animais e de possíveis estratégias para criopreservação de tecidos. Para realização desse trabalho, foram coletados 33 indivíduos machos de B. pulchella, durante as quatro estações, em três diferentes cidades do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Imediatamente após a coleta, os animais foram conduzidos até o Laboratório de Endocrinologia e Metabolismo Comparado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, eutanasiados e seus tecidos coletados. Foi realizada a dosagem de concentração de glicose, glicerol, lactato e ureia no plasma. No tecido hepático e muscular foi medida a concentração de glicogênio, concentração de lactato, oxidação de glicose à dióxido de carbono (CO2) e síntese de glicogênio a partir de glicose. No fígado, foi determinada a concentração de glicerol, ureia e triglicerídeos e no tecido adiposo a concentração de triglicerídeos. As diferenças entre os grupos foram testadas pelo teste ANOVA de uma via seguida pelo pós-teste de Tukey nas variáveis paramétricas e pelo teste Kruskal Wallis seguido de pós-teste de Dunn para as não paramétricas. Os resultados mostraram que houve diferenças na concentração plasmática de glicose entre o outono e inverno/primavera e de glicerol entre o inverno e verão bem como na concentração muscular de lactato entre o inverno e verão. No verão, a oxidação de glicose a CO2 foi maior no verão no músculo e fígado e a síntese de glicogênio a partir de glicose foi maior no verão no tecido muscular. Através dos resultados obtidos podemos concluir que provavelmente no inverno há uma maior glicólise anaeróbica com produção de lactato comparada ao verão e uma maior utilização de glicose tanto para síntese de glicogênio quanto para oxidação durante o verão no tecido muscular. No fígado, os estoques de glicogênio são mantidos constantes ao longo do ano. No músculo, há uma maior concentração de glicogênio no outono juntamente com a menor concentração de glicose plasmática, indicando que há uma preparação para aumentar as reservas de glicogênio durante o outono, deixando-as disponíveis para o inverno. A ureia hepática parece estar ligada ao catabolismo proteico e a produção parece variar ao longo das estações, onde a menor concentração de ureia ocorre quando há maior gliconeogênese hepática a partir de lactato ou maior concentração de ureia quando é necessária a síntese de glicerol a partir de aminoácidos. |