Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Amaral, Marjoriane de |
Orientador(a): |
Kucharski, Luiz Carlos Rios,
Colombo, Patrick |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/278626
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Resumo: |
Os anfíbios apresentam características importantes, como a ectotermia e um ciclo de vida com uma fase terrestre e outra aquática, que determinam sua distribuição. Viver em ambientes com grandes variações de temperatura ou com restrição hídrica requer modificações comportamentais, bioquímicas e fisiológicas significativas para lidar com as flutuações nos parâmetros ambientais, como temperatura, oxigênio e umidade. Além disso, no contexto atual, em que as mudanças climáticas são uma realidade, esse grupo requer atenção especial devido à sua considerável vulnerabilidade diante das mudanças ambientais. Trabalhos anteriores já demonstraram que os anuros possuem alguns ajustes fisiológicos conservados dentro do grupo que os permitem sobreviver em ambientes estressores. Partindo da premissa de que os anfíbios têm capacidade de ajustar seus processos fisiológicos a mudanças ambientais, nossa hipótese é que a perereca subtropical Boana pulchella apresenta ajustes metabólicos específicos para lidar com temperaturas baixas, desidratação e anóxia. O objetivo desse trabalho, portanto, foi caracterizar quais são os ajustes metabólicos de B. pulchella frente a exposição experimental a temperaturas negativas, desidratação e anóxia. Experimentos foram conduzidos para expor B. pulchella a essas condições, seguidos de análises bioquímicas e enzimáticas no plasma e tecidos. Foram mensurados índices morfométricos, concentração de metabólitos no plasma e tecidos (ácido úrico, glicerol, glicose, lactato, ureia), balanço oxidativo, e vias relacionadas ao metabolismo da glicose como oxidação a CO₂, glicogênese e gliconeogênese em diferentes condições experimentais. Os resultados revelaram mudanças metabólicas significativas em Boana pulchella que variaram dependendo do tipo de exposição. Durante exposição a temperaturas negativas, observou-se resiliência ao congelamento. Além disso, concentrações reduz metabolismo de glicose hepática durante a temperaturas negativas podem indicar uma necessidade de níveis reduzidos de osmólitos em condições de frio e a conservação de energia durante esse período. Na desidratação, os resultados indicam que há uma estratégia de preservação de água tecidual através da glicogênese, evidenciada pelo aumento da sintetize glicogênio e, assim, estocar moléculas de água no tecido junto com esse glicogênio. O equilíbrio oxidativo também exibiu atividades tecido-específicas de enzimas antioxidantes. Durante a reidratação, a CAT no coração e no músculo, e SOD no músculo, parecem ser enzimas importantes para lidar com ROS e prevenir o estresse oxidativo mantendo os tecidos funcionais. Sugerimos, ainda, através dos nossos resultados, um papel importante do lactato como agente neuroprotetor quando exposto a desidratação e a anóxia, uma vez que seus níveis foram elevados. As respostas integradas, em conjunto com outras não analisadas, possivelmente auxiliam na sobrevivência desses animais em ambientes desafiadores uma vez que em todas as exposições os animais conseguiram se recuperar. Além disso, esses resultados auxiliam na descrição dos ajustes metabólicos que os anuros subtropicais apresentam quando expostos a estressores fomentando a literatura e a compreensão da fisiologia desse grupo de animais pouco estudados. Para avançar no entendimento das adaptações fisiológicas dos anfíbios, propõe-se explorar interações entre esses fatores estressores, análises detalhadas de metaboloma e atividades enzimáticas, bem como determinar a expressão de transportadores de glicose. Essas abordagens têm o potencial de fornecer uma compreensão mais profunda das adaptações fisiológicas dos anfíbios e informar estratégias de conservação diante das mudanças climáticas. |