Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Tonon, Tássia |
Orientador(a): |
Schwartz, Ida Vanessa Doederlein |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/196630
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Resumo: |
Introdução: A compreensão do envolvimento do sistema imune na Deficiência de Fenilalanina Hidroxilase (PAH) e na Deficiência de Piruvoil Tetraidropterina Sintase (PTPS), doenças genéticas que cursam com hiperfenilalaninemia (HPA) e cujos pacientes podem ser beneficiados pela administração de tetraidrobiopterina (BH4), é de fundamental importância haja vista que o estado inflamatório parece influenciar a síntese e a oxidação do cofator BH4. Ambas são consideradas erros inatos do metabolismo que cursam com déficit mental quando o diagnóstico e tratamento não são estabelecidos precocemente. A Deficiência de PAH, apesar de rara, é muito relevante para o Sistema Único de Saúde visto que pertence ao grupo de doenças incluídas no Programa Nacional de Triagem Neonatal. Objetivo: Avaliar a relação entre BH4, fenilalanina (Phe), citocinas e marcadores de estresse oxidativo em uma amostra de pacientes brasileiros com Deficiência de PAH submetidos ao teste de responsividade ao BH4 e em pacientes com Deficiência de PTPS. Métodos: Estudo transversal, controlado, com amostragem por conveniência. Foram incluídas amostras de plasma de 17 pacientes com Deficiência de PAH coletadas antes e 27 horas após a administração de L-Phe (100mg/kg) e após 27 horas da administração combinada de L-Phe+BH4 (100mg/kg de L-Phe e 20mg/kg de BH4), para medida dos níveis de Phe, citocinas e marcadores de estresse oxidativo. Nos pacientes com Deficiência de PTPS (n= 2), foram realizadas coletas antes e após 4 horas da administração de BH4 para análise dos mesmos parâmetros. Todas as amostras foram pareadas com indivíduos hígidos de acordo com sexo e idade. Para determinação das citocinas foi utilizado o kit Human Cytokine Magnetic 10-Plex Panel - InvitrogenTM (Luminex®), o qual disponibiliza as dosagens de citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-8, IL6, TNF-α, IFN-γ e GM-CSF) e anti-inflamatórias (IL-2, IL-4, IL-5 e IL-10). Em relação aos marcadores de estresse oxidativo, foram analisados o conteúdo de Carbonilas e Sulfidrilas, a atividade da Superóxido Dismutase (SOD) e os níveis de Glutationa (GSH). Resultados: Os pacientes com Deficiência de PAH (mediana (IQ) de Phe basal= 236,0 (140-407,10)µmol/L) apresentaram níveis elevados de 4/6 citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-6, IL-8, TNF-α) assim como níveis aumentados de GSH em relação aos controles. Os pacientes responsivos e não responsivos ao BH4 não diferiram no período basal, após sobrecarga isolada de L-Phe e após sobrecarga combinada de L-Phe+BH4 em relação aos parâmetros analisados. Também, não foi observada diferença entre os pacientes com Deficiência de PAH Clássica e Leve na coleta basal. Aproximadamente 30% dos pacientes apresentavam excelente controle metabólico. Os pacientes com Deficiência de PTPS não apresentavam HPA e não diferiram dos controles em relação aos níveis de citocinas. Apesar de moderadas, obtivemos correlações negativas significativas entre os níveis de algumas citocinas pró-inflamatórias (IL-1β, IL-8 e TNF-α) com os níveis de Phe. Conclusões: Os nossos dados sugerem que as citocinas são marcadores sensíveis do efeito biológico da HPA. A elevação dos níveis destas na Deficiência de PAH sugere um perfil inflamatório, mesmo entre pacientes considerados com bom controle metabólico e sem evidência de estresse oxidativo. Esta característica pode ser decorrente do aumento crônico dos níveis de Phe, talvez associado à deficiência relativa de BH4. Já os níveis de Phe encontrados nos pacientes com Deficiência de PTPS estavam dentro dos valores considerados normais para a população em geral, não sendo observada elevação dos níveis de citocinas pró-inflamatórias e, por consequência, inflamação. Em relação à correlação negativa encontrada, o presente estudo sugere que os níveis de Phe podem exercer algum efeito inibitório que resulte na diminuição da expressão de algumas citocinas. Assim, sugerimos que estudos adicionais sobre o efeito da administração crônica do BH4 em pacientes com Deficiência de PAH, tomando como desfecho os níveis de citocina, sejam realizados. |