Avaliação da percepção dos oncologistas com relação a aspectos de espiritualidade e religiosidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Longhinoti, Lidia Niusca Bazanella
Orientador(a): Schwartsmann, Gilberto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/231995
Resumo: Base teórica: O estigma do diagnóstico de um câncer pode mobilizar fantasias de morte, dor, sofrimento e limitações físicas em pacientes, familiares e na sociedade em geral. Há autores que têm estudado o papel da religiosidade e da espiritualidade neste processo e seu impacto na qualidade e no tempo de vida. Contudo, a literatura especializada é ainda limitada no que se refere à valorização da religiosidade e da espiritualidade entre médicos. Uma vez que o oncologista tem testemunhado avanços fundamentais na ciência, inclusive com enorme impacto na curabilidade de vários tipos de câncer, seria de interesse estudar como estes profissionais percebem individualmente o papel da religiosidade e da espiritualidade em sua vida profissional. Objetivo: Estudar o perfil de religiosidade e espiritualidade entre oncologistas brasileiros. Métodos: Oncologistas clínicos em atividade foram convidados para participar do presente estudo mediante contato por correio eletrônico. Por meio da plataforma Survey Monkey, os voluntários preencheram um questionário sobre fé e religiosidade e o Índice de Religiosidade de Duke. Os dados foram analisados, posteriormente, de maneira descritiva. Resultados: Participaram da pesquisa 160 sujeitos, 9 foram excluídos, 6 deles por não serem oncologistas clínicos e 3 por não terem respondido a escala de Religiosidade de DUKE. A amostragem incluiu 151 médicos oncologistas titulados pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Na média, eram indivíduos de 43,8 (± 9,7) de idade, com 15,1 (1 _ 55) anos de experiência em oncologia clínica, com leve predomínio de indivíduos do sexo masculino (52.3%), casados (70,9%), que se declaravam católicos (63,6%), espiritualistas (17,2%), evangélicos (5,9%), protestantes (3,3%), agnósticos (4%), de outras religiões (2,7%) e ateus (3,3%). Do total, 38,4% dos indivíduos referiram praticar regularmente sua fé religiosa. Quando perguntados se tinham fé em Deus, da totalidade dos entrevistados, 92,4% responderam afirmativamente. Quando os 151 participantes foram questionados se: "Você acredita que a fé aumenta a sobrevida dos pacientes?”, 119 deles (78,8%) responderam de maneira afirmativa; “Você já testemunhou um milagre médico durante seus anos de prática em oncologia?”, 35 deles (23,2%) responderam afirmativamente; e “Você acredita que a resposta ao tratamento convencional do câncer pode ser influenciada pela fé?”, 121 deles (80,1%) responderam sim. Conclusão: Os resultados deste estudo-piloto sugerem que, ainda com avanços científicos no tratamento do câncer observados nas últimas décadas, testemunhados por esta amostragem de 151 médicos oncologistas brasileiros, todos eles formalmente titulados pela SBOC, há nesta população um perfil elevado de crença na religião e na espiritualidade. Quatro de cada cinco deles revela acreditar que a fé pode influenciar positivamente o resultado do tratamento e aumentar a sobrevida dos pacientes. Além disso, um em cada cinco deles relata já ter testemunhado algum tipo de milagre médico. Estes resultados sugerem que o tema deva ser mais bem estudado em uma amostra com maior número de pacientes.