Efeito da dieta hipocalórica de baixo índice glicêmico sobre níveis de grelina, leptina, parâmetros metabólicos e desfechos reprodutivos em mulheres inférteis com excesso de peso : um ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Becker, Geórgia Franco
Orientador(a): Passos, Eduardo Pandolfi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/115042
Resumo: Introdução: A resistência insulínica (RI) decorrente da obesidade está relacionada a distúrbios hormonais que afetam o sistema reprodutor. Leptina e grelina são hormônios que regulam o balanço energético; porém, informações acerca da relação destes hormônios com a infertilidade são escassas. A dieta de baixo índice glicêmico (BIG) parece exercer impacto positivo sobre as alterações metabólicas decorrentes da RI. Objetivo: Verificar o efeito de uma dieta hipocalórica de baixo índice/carga glicêmica sobre parâmetros antropométricos e metabólicos, níveis de grelina e leptina e desfechos reprodutivos em mulheres inférteis com excesso de peso candidatas à fertilização in vitro (FIV). Métodos: Ensaio clínico randomizado. Foram analisadas vinte e seis mulheres inférteis com obesidade Grau I ou II ou pré-obesidade associada à circunferência da cintura aumentada. As pacientes foram alocadas no grupo Dieta Hipocalórica de BIG, ou no grupo Controle (manutenção do hábito alimentar) e acompanhadas por 12 semanas. Parâmetros avaliados: peso corporal, índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura (%G), glicose, insulina, HOMA-IR, lipídios séricos, hormônios reprodutivos, grelina acilada, leptina, dose de gonadotrofinas, número e qualidade oocitária e embrionária, taxa de fertilização e de gestação. Resultados: Houve redução de 5,5% do peso corporal e também do IMC (p < 0,001), do %G (p = 0,002), dos níveis de glicose (p = 0,034) e de leptina (p = 0,013) no grupo BIG quando comparado ao grupo controle. Houve um aumento de 18% nos níveis de grelina no grupo BIG quando comparado ao controle, mas esse aumento não foi significativo (p > 0,05). O grupo BIG obteve 85,4% mais oócitos coletados, quando comparado ao grupo controle (7,75 ± 1,44 vs. 4,18 ± 0,87, respectivamente, p = 0.039) no ciclo de FIV. Não houve diferença entre os grupos na dose de gonadotrofinas, na qualidade oocitária e embrionária, e na taxa de fertilização. Três (21,4%) pacientes do grupo BIG apresentaram gestação espontânea durante o acompanhamento, gerando três nascidos vivos. Conclusões: A perda de 5,5% do peso corporal através da dieta hipocalórica BIG foi capaz de melhorar parâmetros antropométricos, metabólicos, reprodutivos e os desfechos de FIV, quando comparado às mulheres que mantiveram o peso corporal. Estes resultados dão sustentação à recomendação clínica de aconselhar mulheres com sobrepeso ou obesas a perderem peso através de uma dieta balanceada, preferencialmente com baixo índice/carga glicêmica, antes de serem submetidas a procedimentos de reprodução assistida.