Agricultores quilombolas, mediadores sociais e segurança alimentar : uma análise a partir das condições e estratégias de acesso aos alimentos da comunidade Maçambique / RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Beraldo, Neide Aparecida da Silva
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/22656
Resumo: Esta dissertação analisa os conteúdos e interesses presentes no processo de construção da noção de segurança alimentar da comunidade quilombola Maçambique, localizada no município de Canguçu, do estado do Rio Grande do Sul, a partir das ações de intervenções dos mediadores sociais, vinculados ao quadro de funcionários da empresa de assistência técnica e extensão rural - EMATER e do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor-CAPA. Parte-se do pressuposto de que esta elaboração oculta uma disputa entre estas duas instituições, em torno dos referenciais da “nova orientação” para as ações de Assistência Técnica e Extensão Rural no Brasil. Busca-se, a partir de dados empíricos, analisar as condições e estratégias de acesso aos alimentos pelos agricultores, que contribui para a formação simbólica deste referencial incentivada pelos mediadores sociais. Para isto, utiliza-se o conceito de arena, grupos estratégicos e mediação. Trata-se, portanto, de trazer para o centro da análise os conflitos, interesses e conteúdos presentes e um processo vivo de formação desta idéia, a partir da percepção dos diferentes agentes envolvidos. Nesse sentido, procurou-se identificar os saberes e práticas alimentares dos agricultores quilombolas, a partir de uma abordagem antropológica e social. São algumas dimensões empíricas que foram consideradas para o desenvolvimento das análises aqui postas. Assim, identificou-se que as estratégias usadas pelos agricultores na obtenção dos alimentos estão vinculadas a uma rede social, sustentada em princípios de reciprocidade, configurando uma relação didática. Também verificou-se diferentes conteúdos e interesses nas atuações dos mediadores neste processo, ocorrendo uma disputa em torno da percepção da segurança alimentar dentro da comunidade, polarizando duas teses: tecnificação versus exotização por parte dos mediadores. Chega-se a conclusão que estas duas orientações geram uma violência simbólica; além de uma relação de dominação entre mediadores e mediados.