Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Marins, Lina Rigodanzo |
Orientador(a): |
Costa, Sergio Hofmeister de Almeida Martins |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/257551
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Resumo: |
Introdução: Encefalopatia neonatal pode estar associada a causa intraparto na presença de acidose em gasometria de cordão umbilical, baixo escore de APGAR e descrição de evento agudo sentinela periparto, desde que haja exclusão de outras causas. O manejo obstétrico e neonatal pode alterar os desfechos neurológicos pós-natais se correto diagnóstico e tratamento forem prontamente instituídos. Objetivo Avaliar a associação de marcadores clínico laboratoriais presentes ao nascimento (gasometria de cordão umbilical, escore de APGAR no quinto minuto e descrição de evento sentinela intraparto) com desfechos pós-natais. Método: Estudo de coorte retrospectiva com nascidos vivos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre entre 2011 e 2019. Foram incluídos neonatos com ou mais de 35 semanas de idade gestacional e com peso ao nascimento maior que 2500g. Foram excluídos neonatos gemelares, malformados, portadores de doenças genéticas ou metabólicas ou ainda os que apresentaram diagnóstico de meningite até o período de seguimento. Foram analisados o escore de APGAR no quinto minuto, história do parto, resultado de gasometria de cordão umbilical, análise histológica placentária e dados de evolução clínica até a alta hospitalar. Avaliação de neurodesenvolvimento após a alta foi realizada por meio de ligação telefônica com aplicação de questionário pelo menos dois anos após o nascimento. Resultados: 479 recém-nascidos foram incluídos. Presença de evento agudo intraparto aumenta o risco de baixo escore de APGAR e pH<7 ou EB<-12mmol/L (p<0,05). A combinação de APGAR<5 no quinto minuto com acidose em gasometria de cordão umbilical (pH<7,0 ou EB<- 12mmol/L) foi o marcador mais específico e de maior acurácia para rastreio de desfecho neurológico composto adverso: especificidade de 97,5% e acurácia de 96,9%(desfecho neurológico composto: convulsões, encefalopatia neonatal, hemorragia intraventricular, atraso de neurodesenvolvimento, necessidade de educação especial). APGAR menor que 5 de forma isolada no quinto minuto foi associado a maior risco de admissão em UTI neonatal (RR de 1,7: IC 1,1-2,6), necessidade de intubação oro traqueal (RR 2,8;CI 1.4-5,4) e diagnóstico de sepse neonatal tardia (RR8,5;IC 1,1-65,6). Já acidose isolada em cordão umbilical está mais associada a dano neurológico: convulsões (RR8,2:IC1,7-38,9), morbidade neurológica composta (RR3,3:IC 1,4-7,7), necessidade de educação especial (RR5,5;IC 1,4-21,5) e preocupação dos pais (RR3,2;IC 1,6-6,1).A hipotermia terapêutica reduziu de forma significativa todos os desfechos analisados (p<0,05). Conclusão: uso combinado do escore APGAR e gasometria de cordão umbilical como ferramentas de rastreio para desfecho neurológico adverso é mais específico e acurado do que o desempenho dos marcadores isoladamente. O resultado do pH e excesso de bases ao nascimento está mais associado a desfechos neurológicos, enquanto o escore de APGAR e presença de evento agudo sentinela intraparto estão associados a necessidade de medidas de suporte neonatal. Coleta universal de gasometria de cordão umbilical ao nascimento foi estratégia importante para diagnosticar neonatos com risco de evolução desfavorável. A hipotermia terapêutica foi medida eficaz de redução de risco de desfechos adversos pós-natais. |