Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Eskinazi, Mara Oliveira |
Orientador(a): |
Cabral, Claudia Pianta Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/15331
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Resumo: |
A cidade de Berlim, atual capital da Alemanha, passou, desde o final da II Guerra Mundial, por um processo urbano singular, submetendo-se a planejamentos decorrentes do seu estado de destruição e posteriores divisão e reunificação. A cidade, que apresenta expressiva tradição de vanguarda arquitetônica, inaugurou em 1957 a Interbau (Internationale Bauausstellung), a primeira Exposição Internacional de Arquitetura ocorrida após a II Guerra Mundial. Inserida na Berlim Ocidental, que então desejava refletir uma nova sociedade, livre e democrática, a Interbau enquadra-se dentro do contexto estabelecido no pós-guerra de implementação de grandes projetos de destruição da antiga organização de ruas e praças. Para tanto, a exposição utilizou-se do lema “a cidade do amanhã” (die Stadt von Morgen) entre suas premissas básicas para reconstruir o Hansaviertel, bairro em grande parte destruído pelos bombardeios da II Guerra Mundial, e exemplificar o que de melhor a arquitetura e o urbanismo modernos ofereciam em termos de habitação social. De localização extremamente central na cidade, junto ao parque Tiergarten, o Hansaviertel possuia, antes da destruição, uma configuração oitocentista, sendo sua formação original bastante integrada ao tecido urbano tradicional então predominante na cidade. O arranjo urbanístico do novo Hansaviertel é definido através de um concurso realizado em 1953. No entanto, sua reconstrução já havia sido pensada, antes mesmo de sua ligação com a realização de uma exposição de arquitetura, como adversário moderno para a construção da Stalinallee – avenida de proporções monumentais, com eixos hierarquicamente organizados e uma arquitetura eclético-acadêmica, que é reflexo do sistema socialista então vigente na Berlim Oriental. Assim, a exposição trouxe para o parque Tiergarten um modelo de urbanismo que expressa também uma clara oposição política ao regime socialista. O projeto vencedor do concurso urbanístico, de autoria de Gerhard Jobst e Willy Kreuer, sofre diversas modificações que objetivaram, principalmente, introduzir uma maior variedade de tipologias residenciais. O projeto final priorizou a implantação dos edifícios dentro de uma ampla área verde, bem como a adoção de distintas tipologias dentro de uma mesma lógica de composição, como forma de exemplificar as alternativas que se apresentam para habitar em uma cidade moderna. Assim, a reconstrução moderna do Hansaviertel não objetivou resgatar o padrão urbano ou edílico do local, uma vez que foi implantada em uma área de densa urbanização, cujas ruas e quarteirões são bem definidos pelo alinhamento dos prédios. O presente estudo tem por objetivo, a partir da análise do projeto urbanístico para o Hansaviertel e dos projetos dos edifícios individualmente, retratar a viabilidade da coexistência, em um fragmento de cidade moderna, de distintas tipologias residenciais em vizinhança com uma série de equipamentos urbanos que, juntos, conferem ao bairro uma atraente diversidade tipológica e funcional. Assim, o Hansaviertel, ao exemplificar as diferentes alternativas que se apresentam para habitar em uma cidade moderna, se consolida como ideal de representação para a variedade, a heterogeneidade e a riqueza da vida urbana. |