Variação dos níveis séricos do peptídeo YY e outros marcadores biológicos em adolescentes obesos submetidos a tratamento para obesidade ao longo de um ano no Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Fernandes, Simone Pereira
Orientador(a): Mello, Elza Daniel de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/157619
Resumo: A ingestão de alimentos e o gasto de energia, bem como os sinais de saciedade de curto prazo, podem ser regulados pelo peptídeo tirosina tirosina (PYY) secretado pelo trato gastrointestinal. Não é de conhecimento, até o momento, se há mudanças nos níveis de hormônios reguladores da saciedade, como o PYY, durante um ano de acompanhamento de adolescentes obesos brasileiros. Também não se sabe se ocorre de fato mudança de comportamento alimentar ou de composição corporal com alteração nos níveis de hormônios PYY. Objetivo:Avaliar o perfil dos níveis séricos de PYY de adolescentes obesos atendidos ao longo de 12 meses em um programa ambulatorial de tratamento de obesidade (AmO) de um hospital público no Sul do Brasil e associá-lo com parâmetros bioquímicos, antropométricos e de comportamento alimentar. Método:Foram acompanhados 51 adolescentes obesos, durante 48 semanas, que receberam, em 12 consultas ambulatoriais mensais, recomendações de perda de peso baseadas em metas alimentares quantitativas e qualitativas e na redução de comportamento sedentário. Na primeira consulta (T0), em 24 semanas (T1) e em 48 semanas (T2) foram determinados os níveis séricos em jejum de PYY, colesterol total (CT), colesterol de alta densidade (c-HDL), triglicerídeos (TG), colesterol de baixa densidade (c-LDL), insulina e glicemia, e foi aferida a circunferência abdominal (CA). Através de bioimpedância elétrica, foram medidas a Massa Gorda (%MG) e a Taxa Metabólica Basal (TMB). Foi ainda aplicado Three-Factor Eating Questionnaire (TFEQ-21) para avaliar as dimensões do comportamento alimentar: restrição cognitiva (RC), descontrole alimentar (DA) e alimentação emocional (AE). Resultados: Ao longo de um ano (T0 a T2), houve aumento significativo dos níveis de PYY (r=-0,421; p=0,026), redução do peso inicial e da proporção de obesidade grave, redução significativa do escore-z do índice de massa corporal (IMC) (p<0,001) IMC (p=0,002), CT (p=0,003), TG (p=0,022), CA (p=0,003) e redução de indivíduos com c-LDL indesejados (p=0,016). Neste período, houve redução no escore do DA, evidenciando que os adolescentes se mostraram mais controlados (p=0,008) ao final do estudo. No entanto, este resultado foi independente do IMC e do escore-z do IMC (p=0,407). A redução do DA associou-se com uma melhora significativa dos níveis de insulina (rs=0,326 p=0,020). Conclusão: A intervenção clínica com orientações nutricionais e comportamentais proposta no AmO mostrou que os adolescentes com obesidade, que mudam seu comportamento sedentário e aderem a uma alimentação equilibrada, apresentam redução do peso, aumento dos níveis de PYY e uma atitude alimentar mais controlada.