O sofrimento moral entre médicos que atuam em unidades de tratamento intensivo pediátrico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Franceschi, Marcia Guimarães
Orientador(a): Piva, Jefferson Pedro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202514
Resumo: Objetivo: Avaliar a presença de sofrimento moral entre os médicos atuantes em Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrico e os fatores associados. Métodos: Estudo transversal através de aplicação de questionário anônimo contendo as principais causas de sofrimento moral descritas na literatura. A amostra foi por conveniência, sendo incluídos médicos intensivistas pediátricos e residentes atuantes em medicina intensiva pediátrica nos meses de maio a novembro de 2018. O questionário foi aplicado no momento pós-round e a visita da pesquisadora foi sem aviso prévio. Foi coletado TCLE de forma separada do questionário e depositado em pilha distinta dos questionários anônimos. Resultados: Foram coletados 157 questionários, respondidos por 62 médicos, dos quais 43% trabalham no Hospital 1 e 57% no Hospital 2. Os dois grupos foram semelhantes em relação ao perfil sociodemográfico. A média de escore de sofrimento moral foi de 2,8 ± 2,3 e mediana de 2 (IQ25-75% 1-4), compatível com grau leve. Observamos que em pelo menos 25% das entrevistas havia relato de um sofrimento moral com escore ≥ 4 (desconforto). Entre 30-40% dos entrevistados manifestaram interesse em deixar o intensivismo. Os fatores mais associados com sofrimento moral foram: prolongamento do processo de morte, grande demanda de trabalho e comunicação inadequada entre os membros da equipe. Na análise multivariada, mostraram-se associados ao sofrimento moral (Escore ≥ 4) de forma independente: conflito entre equipe médica e família prejudicando o paciente, inabilidade técnica/incompetência pessoal prejudicando o paciente, alívio da dor insuficiente por medo abreviar a vida e “interesse em deixar o intensivismo”. Conclusão: Os intensivistas pediátricos brasileiros apresentam com frequência algum grau de sofrimento moral e este se relaciona estreitamente com o desejo de abandonar a posição.