Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Carmo, Marcus Barbosa do |
Orientador(a): |
Wyse, Angela Terezinha de Souza |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/252465
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Resumo: |
A Homocistinúria clássica é uma doença genética causada pela deficiência parcial ou total da atividade da enzima cistationina-β sintase (CβS). Bioquimicamente, ela é caracterizada por distúrbios no metabolismo dos aminoácidos sulfurados, com elevação plasmática de homocisteína e metionina e redução de cistationina e cisteína. Esse distúrbio metabólico afeta principalmente os sistemas cardiovascular, muscular e nervoso central. Retardo mental, deficiência cognitiva, prejuízos na memória, crises convulsivas, atrofia cerebral e doença aterosclerótica precoce são as manifestações clínicas mais comuns em pacientes homocistinúricos. A prevalência da homocistinúria é de cerca de 1/300.000 nascimentos em todo o mundo. Atualmente o tratamento consiste na redução dos níveis de homocisteína através de dietas pobres em metionina e suplementação com piridoxina (cofator da CβS), betaína, ácido fólico e vitamina B12, mas nem todos os pacientes respondem ao tratamento. Diversos estudos têm sugerido o enriquecimento ambiental como alternativa não farmacológica à terapêutica dos prejuízos cognitivos e neuromotores causados pelos processos neurodegenerativos. Desta forma, o objetivo principal desse trabalho foi investigar os possíveis efeitos benéficos causados pela exposição ao ambiente enriquecido sobre as alterações do comportamento e da motricidade (spatial memory) causados pela hiperhomocisteinemia induzida quimicamente em roedores. Utilizamos um modelo experimental de hiper-homocisteinemia severa crônica em ratos Wistar desenvolvido em nosso laboratório. Nesse modelo, os animais foram submetidos ao tratamento com homocisteína administrada por via subcutânea com intervalos de 12 horas entre cada administração, do 6º ao 28º dia de vida, após esse período, os animais foram expostos ao ambiente enriquecido por 30 dias, posteriormente foi avaliado a performance dos animais em testes de comportamento. Os animais do grupo hiper-homocisteinemia apresentaram prejuízo no aprendizado na tarefa do labirinto aquático de Morris. A hiper-homocisteinemia não alterou a locomoção no campo aberto nem na tarefa da escada horizontal e a tarefa de reconhecimento de novo objeto. O enriquecimento ambiental foi capaz de reverter os danos observados na memória espacial, avaliada pelo labirinto aquático de Morris, e de melhorar o desempenho dos animais no teste da caminhada sobre a escada horizontal, melhorando qualidade de passo e reduzindo os erros de travessia e melhorando a memória de reconhecimento. Considerando que o enriquecimento ambiental é um tratamento não invasivo, nossos achados sugerem que o enriquecimento ambiental possa ser utilizado como uma terapia alternativa para tratar os prejuízos de memória e motricidade encontrados em pacientes homocistinúricos. |