Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lorenzo, Cíntia de |
Orientador(a): |
Sonne, Luciana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/221658
|
Resumo: |
Parasitos da ordem Piroplasmorida causam doenças em animais silvestres e de companhia. Devido a isso, nessa tese estão incluídos três artigos científicos acerca do tema, com destaque para a espécie Rangelia vitalii e para espécies do gênero Babesia. O primeiro trabalho teve por objetivo relatar detecção molecular de parasitismo por R. vitalii em uma população uruguaia de Cerdocyon thous. Amostras de sangue e/ou baço de C. thous e Lycalopex gymnocercus encontrados atropelados nas principais vias do Uruguai foram submetidos à Reação em Cadeir de Polimerase (PCR) amplificando um gragmento de 551 pb do gene rRNA 18S para R. vitalii. Foram analisados 62 canídeos, sendo 38 C. thous e 24 L. gymnocercus. Cinco C. thous (13,16%) foram positivos para R. vitalii, com 99,5% a 100% de similaridade entre cada sequência, e nenhum dos L. gymnocercus amostrados foram positivos. Quando comparadas às amostras de R.vitalii disponíveis no GenBank, uma similaridade de 98,9% a 100% foi revelada. Os resultados da análise molecular sugerem que R. vitalii está circulando na população de raposas comedoras de caranguejo no Uruguai; no entanto, sua relevância veterinária para essas raposas permanece desconhecida. O segundo estudo objetivou detectar e quantificar a carga parasitária de R. vitalii em diferentes orgãos de canídeos domésticos e silvestres a fim de elucidar as distintas apresentações da infecção nestas espécies. Fragmentos de 22 órgãos coletados de cães domésticos (n=7) e silvestres (n=8) foram utilizados para quantificação histológica e molecular, através de PCR em tempo real do gene hsp70. Na histologia os vacúolos parasitóforos foram detectados nos tecidos de todos os cães que morreram com rangeliose, e em somente dois C. thous. A carga parasitária foi significativamente maior em cães domésticos nos tecidos do sistema digestivo, cardiorrespiratório, endócrino, genitourinário e músculo esquelético. No sistema hematopoiético, C. thous apresentou carga parasitária significativamente menor em linfonodos e tonsilas do que cães, enquanto no baço, medula óssea e sangue as detecções foram similares. No sistema nervoso central a detecção foi semelhante. Tanto em cães como em C. thous, o agente possivelmente se mantém de forma assexuada (merogonia). No entanto, C. thous provavelmente desenvolva uma fase esquizogônica limitada e/ou de curta duração, o que conferiria ao mesmo o possível caráter de reservatório do agente, em contrapartida com o cão, um provável hospedeiro acidental. O terceiro artigo é sobre espécies do gênero Babesia em procionídeos, e tem como objetivo de detectar e caracterizar filogeneticamente o parasitismo por piroplasmídeos em P. cancrivorus de vida-livre do Sul do Brasil. Amostras de baço e/ou pool de órgãos de quatro P. cancrivorus atropelados em estradas do sul do Brasil (#1 a #4), além de uma amostra de sangue de P. cancrivorus de vida livre (#5), foram submetidas a PCR para os genes 18S rRNA, hsp70 e cox1. Paralelamente à coleta de sangue, foi realizado esfregaço sanguíneo de ponta de orelha e cauda para análise citológica em busca de hemoparasitos. Duas amostras de P. cancrivorus foram positivas para o gene 18S rRNA, e uma dessas amostras foi positiva, também, para os genes hsp70 e cox1. À análise filogenética, uma dessas apresentou alta similariadade (99,75%) com Babesia sp. obtida em P. cancrivorus do Uruguai, pertencente ao clado das Babesia sensu stricto, enquanto a outra amostra se enquadrou no clado I, do grupo de Babesia microti-like, agrupando-se monofileticamente com as sequências de B. microti isoladas de Procyon lotor. Pelo conhecimento dos autores, essa é a primeira detecção de parasitismo por Babesia sp. em P. cancrivorus no Brasil; no entanto, análises filogenética mais amplas são necessárias em relação a B.microti- like a fim de elucidado se a espécie pertence a um genótipo zoonótico. |