Fronteiras inscritas pelo narcotráfico na América Latina : estudo sobre a transterritorialidade em nove cidades de Brasil, Colômbia e México

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Amorim, Francisco de Paula Rocha
Orientador(a): Santos, José Vicente Tavares dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/180937
Resumo: Esta tese analisa a transterritorialidade decorrente de institucionalidades formais e informais concorrentes em nove cidade de Brasil, Colômbia e México. Mais especificamente, trata das consequências sociais da produção de múltiplos territórios e multiterritorialidades a partir da competição entre institucionalidades formais legais e institucionalidades informais ilegais ligadas ao narcotráfico. A pesquisa se desenvolveu nas cidades brasileiras de Porto Alegre e Rio Janeiro, colombianas de Bogotá, Buenaventura, Cali e Medellín, e mexicanas de Cidade do México, Culiacán e Xalapa. O estudo busca compreender as distintas dinâmicas de dominação funcional e apropriação simbólica dos espaços urbanos. Interessou, neste sentido, de forma mais contundente, a investigação dos efeitos sobre a população de territorialidades mais funcionais instituídas a partir da unidade regra-sanção baseada no disciplinamento dos corpos pela violência. Examina, ainda, a relação recursiva entre território (e territorialidade), instituição e cultura. Associada ao paradigma de complexidade proposto por Morin, a investigação propriamente dita, inspirada no estudo de múltiplos casos, envolveu um conjunto de técnicas para coleta e análise de dados Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas, observações a partir de saídas de campo, registros fotográficos, análise de conteúdo e análise estatística descritiva. Em termos de resultados, demonstrou-se que os moradores, especialmente os residentes na periferia das cidades pesquisadas, vivem a transterritorialidade imposta por regras inscritas nos corpos por institucionalidades formais e informais. Eles têm suas rotinas ordenadas por códigos formais e informais de conduta, contenções permanentes e temporárias dispostas no e pelo espaço geográfico. Verificou-se a existência de uma relação recursiva entre estratégias de evitação e contornamento. Constatou-se que, na maioria dos casos, os territórios produzidos e mantidos por forças institucionais ligadas ao Estado e ilegais associadas ao narcotráfico são mais funcionais do que simbólicos. Dito de outra forma, o espaço é dominado pelo estabelecimento de regras e sanções, e não apropriado por processos identitários ou de identificação cultural. Por fim, chega-se à conclusão de que a transterritorialidade é uma emergência complexa, em termos morinianos, decorrente dos processos de produção e manutenção de multiterritorialidades de institucionalidades formais e informais.