Avaliação hematológica, bioquímica e eletrocardiográfica de cães com diferentes neoplasias tratados com doxorrubicina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Neuwald, Elisa Barp
Orientador(a): Diaz Gonzalez, Félix Hilário
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/16328
Resumo: O quimioterápico doxorrubicina, pertencente à família das antraciclinas, é um dos agentes antineoplásicos mais utilizados na medicina veterinária, no tratamento de uma variedade de sarcomas e carcinomas. No entanto, o uso da doxorrubicina está associado à presença de toxicidade, envolvendo principalmente anormalidades hematológicas, gastrointestinais e cardiovasculares, podendo induzir uma cardiomiopatia irreversível. O objetivo deste trabalho foi avaliar estas manifestações tóxicas, bem como as alterações hematológicas, bioquímicas e eletrocardiográficas em 25 cães com diferentes neoplasias tratados com doxorrubicina (30 mg/m² a cada 21 dias por três doses). Além disso, buscou-se avaliar as troponinas cardíacas I e T como marcadores cardíacos para a detecção precoce de cardiomiopatia induzida pela quimioterapia. Amostras de sangue foram coletadas antes de cada administração de doxorrubicina, sete dias após (nadir) e um mês depois do término do tratamento. As toxicidades hematológicas e gastrointestinais foram as alterações mais frequentes, ocorrendo em 22 (88%) e 19 (76%) cães, respectivamente. Neutropenia severa ocorreu em 25% dos casos, enquanto que não foram observados casos de trombocitopenia severa. Os sinais mais comumente observados foram vômito, anorexia e diarréia, os quais foram responsáveis, em parte, pelo aparecimento de hipoalbuminemia e reduções nas concentrações séricas de potássio, cálcio e proteína total. Observou-se também aumento nas concentrações séricas de proteína C reativa o que, assim como a diminuição da albumina, deve ser consequência de uma resposta de fase aguda induzida pela administração da doxorrubicina. Sepse foi incomum, ocorrendo em menos de 2% dos casos, e nenhum animal veio a óbito por complicações da quimioterapia. Sinais clínicos de cardiomiopatia não foram observados, porém aumentos nas troponinas cardíacas I e T ocorreram em 18 (72%) e 5 (20%) cães, respectivamente. Todos os cães com altas concentrações de troponina cardíaca T também apresentavam altas concentrações de troponina cardíaca I. Arritmias foram detectadas em 15 (60%) animais, mas não houve correlação com o aumento das troponinas cardíacas séricas e a presença de arritmias. No entanto, os cães que desenvolveram complexos atriais e ventriculares prematuros no eletrocardiograma apresentaram altas concentrações das troponinas. Este estudo demonstrou a ocorrência de alterações hematológicas e gastrointestinais toleráveis em cães recebendo doxorrubicina como único agente quimioterápico. Além disso, as concentrações séricas de troponinas cardíacas I e T podem ser utilizadas na detecção precoce de lesão miocárdica induzida pela doxorrubicina em cães.