Vidas ribeirinhas e mudanças climáticas na Amazônia : ativando híbridos, friccionando conhecimentos e tecendo redes no contexto do Antropoceno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Brandão, Luciana Costa
Orientador(a): Fleury, Lorena Cândido
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/199417
Resumo: Esta dissertação busca analisar a forma como as mudanças climáticas são ativadas e performatizadas a partir de experiências ribeirinhas na Amazônia. A partir de um engajamento com os Estudos Sociais em Ciência e Tecnologia (ESCT), em especial com os trabalhos de Bruno Latour, Isabelle Stengers, Anna Tsing e Annemarie Mol propõe-se a interpretação das mudanças climáticas como um híbrido no contexto da época do Antropoceno, entendido aqui como a época do fim dos refúgios. A partir de relatos coletados em entrevistas com moradores de comunidades ribeirinhas do Amazonas, bem como cientistas, técnicos e agentes de órgãos públicos, são traçadas redes de responsabilização e reação para descrever e entender a construção das múltiplas mudanças climáticas em curso. Complementa a composição da rede a análise de artigos científicos, entendidos como documentos representativos da produção de conhecimento tecnocientífico acerca das mudanças climáticas, a fim de produzir uma fricção de saberes com as principais categorias emergentes na rede. Identifica-se, assim, três principais linhas de performatização das mudanças climáticas quais sejam: aumento do calor, reorganização das estações e variações nos fluxos dos rios; estando associadas a cada uma destas diferentes agentes e categorias, humanos e não-humanos. Identifica-se, também, a formação de redes de governamentalidade que coletam e sistematizam características locais e as transcrevem em informações numéricas que sustentam práticas estatais.Por fim, a tipo de consideração, aponta-se para a identificação de dois movimentos distintos das vidas ribeirinhas amazônicas, associados a modos de existência específicos no contexto do Antropoceno: os movimentos de fuga, relacionados à formação de refúgios; e os movimentos de transmutação, relacionados à formação de “ciborgues".