Análise da viabilidade das células adiposas criopreservadas : perspectivas clínicas quanto sua aplicação na reconstrução mamária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Melo, Márcia Portela de
Orientador(a): Brum, Ilma Simoni
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254379
Resumo: O enxerto de gordura autólogo ou lipoenxertia tem sido considerado um dos principais procedimentos para correção de perdas de volume, forma, projeção e sensibilidade da mama, com melhora dos resultados cosméticos após cirurgias conservadoras da mama (seguidas de radioterapia) e reconstrutoras com a utilização de implantes ou retalhos miocutâneos após mastectomia. A viabilidade do enxerto de gordura autólogo armazenado a longo prazo, a partir de um protocolo específico e apropriado de criopreservação permanece desconhecida. Objetivo: Avaliar a viabilidade do enxerto de gordura autóloga, obtido conforme a técnica de Coleman, após a criopreservação das células adiposas com dois diferentes esquemas de agentes crioprotetores em dois diferentes tempos de criopreservação e desenvolver um protocolo padrão de criopreservação do tecido adiposo. Métodos: 12 pacientes do sexo feminino, submetidas à cirurgia da mama com lipoenxertia, foram selecionadas consecutivamente para participar deste estudo de não-inferioridade, conduzido no Serviço de Mastologia e no Centro de Pesquisa Experimental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram coletadas de cada paciente amostras de 30ml de gordura do abdome inferior conforme a técnica de Coleman. No grupo 1, 5ml do enxerto de gordura fresca, não criopreservado, de cada paciente serviu como grupo controle. No grupo 2, os agentes crioprotetores dimetilsulfóxido e trealose foram adicionados às amostras de 10ml do enxerto de gordura fresca das mesmas pacientes. No grupo 3, o crioprotetor trealose foi adicionado as outras amostras de 10ml do enxerto de gordura fresca destas pacientes. Os enxertos de gordura com os agentes crioprotetores (grupos 2 e 3) foram submetidos a um congelamento lento e gradual até -196oC e um aquecimento rápido. Os enxertos de gordura fresco e criopreservado, em cada grupo, foram avaliados a partir da contagem de células adipócitas viáveis com azul trypan, da análise da atividade enzimática de glicerol-3-fosfato desidrogenase e da histologia (hematoxilina e eosina). As amostras de enxerto de gordura criopreservado (grupos 2 e 3) foram testadas em dois momentos diferentes, uma vez estabilizadas em nitrogênio líquido, em torno de 20 min e após 6 meses em nitrogênio líquido. Os resultados das análises do enxerto de gordura criopreservado (grupos 2 e 3) foram comparados com os resultados do enxerto de gordura fresco (grupo 1) nos diferentes tempos de criopreservação. Os resultados obtidos foram avaliados quanto a sua distribuição de normalidade e utilizados os testes estatísticos adequados para comparação entre os grupos. Um valor-P menor que 0.05 foi considerado estatisticamente significativo (P < 0.05). A contagem de células viáveis pelo azul trypan encontrada foi similar em todos os três grupos após 20 minutos e 6 meses de criopreservação (p 0.156 and p 0.410). A atividade enzimática da glicerol- 3-fosfato desidrogenase manteve-se preservada após 6 meses de criopreservação (p 0.189). Histologicamente, a avaliação do tecido adiposo não teve diferença em todos os grupos. O enxerto de gordura autólogo coletado, baseado na técnica de Coleman, e criopreservado com estes dois diferentes agentes crioprotetores conservou sua viabilidade, estrutura e funcionalidade. Os resultados encorajadores justificam que mais pesquisas sejam feitas para refinar este protocolo de criopreservação e evoluir para futuros projetos de estudos in vivo.