Narrativas identitárias e educação : os surdos negros na contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Furtado, Rita Simone Silveira
Orientador(a): Karnopp, Lodenir Becker
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/49810
Resumo: O título da presente Dissertação de Mestrado realizada, na linha de Pesquisa Estudos Culturais em Educação é, Narrativas Identitárias e Educação: Os Surdos Negros na Contemporaneidade. Objetiva investigar questões referentes à “dupla diferença”, tendo, como foco de análise, narrativas de surdos negros e os significados de ser “duplamente diferentes”. Busco nesta pesquisa conhecer as narrativas de surdos negros, concebidos aqui como sujeitos “duplamente diferentes”, pois trazem consigo representações e estereótipos produzidos culturalmente, sendo transmitidas às próximas gerações através da linguagem. Ao realizar as análises busco aporte teórico em autores como Amaral (2004, 1998), Lobo (2008), Skliar (2005), Gallo (2005), Rodrigues (2008) e outros, os quais realizam pesquisas e discussões sobre estas temáticas. A fim de conhecer como os surdos negros se narram, realizo análise dos perfis dos alunos do Curso de Licenciatura em Letras- Libras, turma 2008. Perfis esses que são postados pelos alunos no Espaço Virtual de aprendizagem do Curso. Realizo também, entrevistas com alguns surdos negros, alunos desse Curso e com alunos de escolas de surdos localizadas em Porto Alegre. Durante o texto abordo questões relacionadas à diferença, deficiência, concepções de surdez, cultura(s) surda(s), estereótipos e as desigualdades sociais existentes no Brasil entre negros e brancos. Ao analisar os materiais empíricos foi possível evidenciar que a maioria dos surdos negros entrevistados durante a pesquisa afirma não ter passado por situações em que o preconceito por serem surdos negros foi “escancarado”; no entanto, há aqueles que relatam que já foram discriminados por serem “duplamente diferentes”. Há ainda surdos negros que reconhecem a “dupla diferença”; mas, afirmam que as duas não formam um todo e não constituem uma unidade. Explicam que a dupla diferença é marcada, que o preconceito ocorre sim, mas é algo que não é explícito e não aparece em um único bloco, por serem surdos negros. Mas em alguns momentos e com algumas pessoas o preconceito ocorre porque são surdos; em outros, porque são negros. No que se refere à análise dos perfis, não foi possível encontrar nesse Espaço Virtual perfis em que os alunos se autodeclaram negros. Assim, esse é um local que eles se identificam como surdos somente. Possivelmente há surdos negros, mas não é possível encontrá-los através do perfil. Cabe salientar, que praticamente todos iniciam suas apresentações identificando-se como surdos, sem mencionar a questão da negritude.