Doença periodontal como preditor para o início de diálise e morte em indivíduos com doença renal crônica : um estudo longitudinal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Schütz, Jasper da Silva
Orientador(a): Fiorini, Tiago
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/275806
Resumo: Antecedentes: A Doença Renal Crônica (DRC) pode ser definida como uma anormalidade na função ou estrutura renal, presente por pelo menos 3 meses, com implicações para a saúde do indivíduo. É classificada com base na taxa de filtração glomerular (TFG <90 mL/min/1,73m2) e na excreção urinária de albumina – albuminúria(>30 mg/g). Os fatores de risco tradicionais para o desenvolvimento da DRC são diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, sexo masculino, raça negra, idade, tabagismo e presença de insuficiência renal crônica (IRC) terminal na família. A progressão da doença leva, em último estágio, à falência renal, sendo necessário diálise ou transplante renal. A possível relação entre a doença periodontal e a doença renal crônica tem sido estudada com mais ênfase nos últimos quinze anos. Apesar disso, poucos estudos longitudinais prospectivos bem controlados têm sido publicados. Sendo assim, o objetivo desse estudo longitudinal prospectivo é avaliar o impacto da doença periodontal sobre desfechos clínicos como início de diálise e morte em uma coorte de indivíduos com DRC pré-dialítica. Materiais e Métodos: Dados demográficos, socioeconômicos e médicos foram obtidos de 139 indivíduos em tratamento conservador para DRC em um hospital universitário através de entrevista e análise dos prontuários. Um exame periodontal completo foi realizado por examinadores treinados e calibrados no baseline. Os indivíduos foram acompanhados por um período de até 6 anos (variando de 1- 6 anos). Curvas de sobrevida foram geradas utilizando o estimador de Kaplan-Meier. As associações entre a condição periodontal e diálise e morte foram avaliadas através de modelos de regressão de Cox, ajustados para fatores confundidores. Resultados: O tempo médio de acompanhamento foi de 3,54 (±1,8) anos. A taxa de sobrevida para morte foi de 60% para indivíduos sem doença periodontal grave comparados a 52% para aqueles com periodontite grave (p=0,03). Após ajustes para confundidores, a probabilidade de morte após 6 anos foi aproximadamente 2,5 vezes maior para indivíduos com doença periodontal grave quando comparados àqueles que não possuíam tal condição (HR=2,57; p=0,04). Quando profundidade de sondagem e perda de inserção foram analisadas separadamente, profundidade de sondagem não esteve associada com morte, entretanto ter ≥2 dentes com perda de inserção ≥6mm resultou em um risco 3,41 vezes maior para morte quando comparados àqueles sem tal condição (p=0,04). A probabilidade de início de diálise não esteve associada com doença periodontal grave, nem com profundidade de sondagem e perda de inserção quando analisadas separadamente. Conclusão: A doença periodontal esteve associada com morte, mas não com maior risco para início de diálise nessa coorte de indivíduos com DRC pré-dialítica.