Transformação digital e o desempenho em organizações cooperativas à luz das capacidades dinâmicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Oliveira, Carlos Alberto Oliveira de
Orientador(a): Padula, Antonio Domingos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224834
Resumo: Agir e reagir às mudanças de mercado e tecnológicas na era digital é um problema relevante que as organizações vêm enfrentando. Esse estudo foi motivado pelas lacunas teóricas sobre o fenômeno da transformação digital na abordagem de capacidades e considerando que pouco ainda se sabe como as cooperativas estão se posicionando e qual efeito vem ocorrendo no seu desempenho. Assim, o objetivo desse estudo foi analisar o fenômeno da transformação digital e o seu efeito no desempenho das cooperativas com base na perspectiva das capacidades dinâmicas. Para alcançar esse objetivo, o estudo foi distribuído em cinco fases. Iniciando com a identificação da abordagem do fenômeno de transformação digital com base na perspectiva de capacidades dinâmicas e a proposição de um modelo de pesquisa inicial, por meio de análise bibliométrica e revisão sistemática de literatura. Na sequência, entrevistas com especialistas possibilitaram a revisão e validação qualitativa do modelo. Posteriormente, um estudo pré-teste foi realizado para validação quantitativa do instrumento de coleta de dados e do modelo. Em seguida, uma survey endereçada a representantes de cooperativas dos setores agropecuário, financeiro, infraestrutura e saúde foi aplicada. Com o retorno de 164 respostas válidas, os resultados foram analisados, majoritariamente, por meio de modelagem de equações estruturais com estimação por mínimos quadrados parciais (PLS-SEM). A última fase abordou os principais achados, limitações e sugestões de pesquisa futuras. O modelo desenvolvido e avaliado é composto por seis construtos de primeira ordem: dinamismo ambiental (DAMB); digitalização de processos de gestão e de governança (DPGG); desempenho organizacional (DORG); habilidades digitais (HDIG); condições para ação e interação (CPAI); e processo de intensificação digital (PRID). Os três últimos construtos citados compõem o construto de segunda ordem capacidade de transformação digital (CTDI). Com o arcabouço teórico empregado e as análises estatísticas realizadas foi possível validar o modelo e entre as cinco hipóteses formuladas, quatro foram suportadas. Foi identificado que a CTDI tem impacto positivo direto na DPGG. Assim, confirmou-se que a capacidade dinâmica proposta promove mudanças nas capacidades ordinárias por meio do uso de tecnologias digitais. Os três indicadores da CTDI com mais efeito sobre a DPGG são a cooperativa contar com dirigentes experientes no uso de tecnologias digitais, medidas de incentivo ao comportamento empreendedor e a possibilidade dos departamentos implementarem ações de forma ágil. O efeito positivo direto da DPGG no desempenho foi confirmado. Tendo o desempenho organizacional das cooperativas 42% da sua variância explicada pela DPGG somada ao DAMB. Entre as 14 tecnologias pesquisadas, as ferramentas de interatividade on-line para votações e as plataformas de mídias sociais se destacaram com impacto significativo sobre a DPGG. As tecnologias envolvidas em ações de intercooperação com efeito significante sobre DPGG foram inteligência artificial, ferramentas de interatividade on-line para reuniões e TI móveis. Outro achado teórico empírico foi a confirmação da hipótese que a CTDI exerce efeito positivo indireto no DORG por meio da DPGG. A última hipótese confirmada indicou que o DAMB modera a relação entre a CTDI e a DPGG, que representa as mudanças nas capacidades ordinárias. Esse estudo sinaliza que gerir organizações na era digital demanda esforços de forma multidimensional. O modelo desenvolvido e validado permite que gestores tomem decisões mais assertivas por fornecer uma visão sistêmica do processo de transformação digital com a valorização das capacidades dinâmicas e ordinárias, além do dinamismo ambiental no qual a organização atua.